Foto: Robson Rodrigues
Na última quarta-feira (23), em audiência pública solicitada pelos servidores públicos da área da saúde, usuários do sistema, representantes de movimentos sociais e de sindicatos, mostraram para os vereadores a situação preocupante da saúde em Contagem.
Os trabalhadores da área reclamam principalmente das condições de trabalho e baixos salários. “A prova mais cabal da desvalorização dos quadros locais foi ‘importar’ de Ipatinga o secretário de Saúde, o secretário-adjunto, o diretor do Samu (exonerado no começo do ano)”, protestou Graci Kelly, diretora do Sind-saúde. Ainda na intervenção dos diretores do sindicato, foi questionada a desvalorização dos motoristas efetivos da rede municipal, que recebe em seu contracheque R$ 799,04 contra os R$ 1350,00 pagos aos motoristas terceirizados.
A enfermeira e conselheira de Saúde, Cléria Alves, em Janeiro solicitou uma auditoria na prestação de contas do SAMU e disse que desde então passou a ser coagida pela direção do conselho de saúde.
Ricardo Cidadão, presidente da ONG Cidade Transparente, abriu sua participação dizendo que “Contagem não é uma cidade transparente”. “O site da transparência da prefeitura é uma formalidade que nos sonega o essencial em espaço para prestação de contas, que o detalhamento em números de como é aplicada a verba da saúde”, cobrou. Ricardo apontou ainda que a má prestação de serviço na área da saúde é de conhecimento da Prefeitura. “Em pesquisa realizada pelo próprio PT, com o instituto Doxa, mostra que 75% da população do município desaprova o serviço de saúde ofertado pelo município”, finalizou.
Falta de estrutura
A presidente do Sindi-saúde, Fátima Oliveira, explicou que a falta de estrutura a que são submetidos os servidores é a principal causa dos erros cometidos pela categoria. “A sala de urgência do hospital municipal de Contagem, projetado para receber seis leitos, empilha atualmente 20 pacientes. Não é possível garantir o isolamento de pacientes nos casos que se fazem necessários. Há também o histórico de enfermeiros e médicos que tem que atender um número até três vezes maior que o adequado para o bom desempenho do acompanhamento médico”, alertou.
Ao final, foi realizado um relatório com os principais problemas apontados e que será encaminhado à promotoria de saúde de Contagem. Também foi encaminhado e um pedido de prestação de contas detalhada da Secretária de Saúde. “Precisamos dar essa resposta aos servidores da saúde e à sociedade em geral. Trata-se de uma pasta cujos serviços prestados são desaprovados pela maior parte da população”, finalizou Alessandro Henrique.
Secretaria de Saúde de Contagem não compareceu
O secretário da Saúde de Contagem, Eduardo Caldeira de Souza Penna, não compareceu a audiência pública, e também não enviou nenhum representante.
A assessoria da Casa alegou que a audiência foi uma ação política e não discussão técnica. Caso cidadão contagense queira informação sobre a saúde do município, é só ligar: 3363-5276 ou 0800-283-29-47. O endereço é: Avenida General David Sarnoff, 3113.