Data de publicação: 06-07-2013 00:00:00

Cosméticos podem causar toxicidade

Jornal Diário de Contagem On-Line

Foto: Divulgação/CRQ

Fabiana de Almeida¹

Muitas vezes não nos damos conta do número de cosméticos que usamos diariamente, e nem que ao longo de nossa vida aumenta consideravelmente o uso desses produtos em nossa rotina. Estudos revelam que uma mulher norte-americana usa cerca de 10 a 20 cosméticos por dia e um homem usa em média 6. O Brasil se encontra na terceira posição no consumo mundial de cosméticos de acordo com o Instituto de Pesquisas Euromonitor e a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).

Cosméticos são definidos de acordo com a Resolução RDC Nº 211/2005 como: preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência, corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. Além disso, cosméticos podem ser enquadrados em quatro categorias: produtos de higiene, cosmético, perfume e produto de uso infantil. Pelo grau de risco que oferecem são classificados em grau 1 e grau 2.

Cosméticos grau 1 oferecem risco mínimo e são representados por: maquiagens (sombras, bases líquidas, pós compactos, rímel, delineadores, batons); sabonetes, xampus, condicionadores, perfumes, cremes de barbear, cremes dentais, cremes hidratantes, géis para cabelos, talcos perfumados, entre outros. Cosméticos grau 2 oferecem risco potencial e são representados por: esmaltes, cremes depiladores, enxaguantes bucais, xampus anti-caspa, desodorantes, sabonetes íntimos líquidos, desodorantes íntimos, desodorantes de axilas, talcos antissépticos, protetores labiais e solares, repelentes, tinturas para cabelos, sprays modeladores de penteados, clareadores de pelos, entre outros. Todos os produtos para bebês, apesar de oferecerem risco mínimo, são classificados como grupo de risco nível 2, pois devem passar por processos mais rigorosos de avaliação antes de serem comercializados.

Apesar da pouca divulgação, os cosméticos podem causar reações adversas, que podem ser desde uma irritação ou reações alérgicas até casos mais graves. Pesquisas mostram que cada um desses produtos possui 12 ou mais componentes químicos e apenas 20% deles foram testados e podem ser considerados seguros, não existindo, portanto, estudos de segurança a curto e longo prazo de várias substâncias que colocamos em contato com nosso corpo.

O Ministério da Saúde controla a fabricação e a importação de todos os produtos cosméticos no Brasil. A intenção do controle sobre os cosméticos é garantir a segurança e a qualidade do produto para proteger a saúde das pessoas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi criada através da Lei Nº 9.782 de 26 de janeiro de 1999 e faz parte do Ministério da Saúde. A Anvisa é o órgão responsável pela avaliação toxicológica desses produtos e fiscaliza os testes de toxicidades que devem ser realizados para avaliar a segurança dos cosméticos.

Os testes toxicológicos podem ser realizados in vivo (em animais) ou in vitro (sem utilização de animais) e são eles: teste de irritação ocular primária, testes de toxicidade aguda dérmica, testes de irritação cutânea, testes de fotossensibilidade e fototoxicidade, testes de sensibilização cutânea, testes de acneigênese, testes de toxicidade oral e percutânea, testes de potencial mutagênico, testes de potencial carcinogênico e testes de potencial teratogênico.

A realização dos testes de toxicidade e a fiscalização rigorosa por parte da ANVISA são de extrema importância, pois cosméticos que parecem inócuos podem causar sérios danos à saúde dos usuários desses produtos. Além disso, os consumidores devem ficar atentos aos produtos que compram, exigindo sempre o registro do Ministério da Saúde nas embalagens dos mesmos. É importante salientar que, mesmo produtos registrados pelo Ministério da Saúde e, amplamente usados podem portar riscos à saúde, cabendo ao consumidor evitar excessos desnecessários.

¹Farmacêutica
Mestre em Toxicologia -

Professora da Nova Faculdade

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