Foto: Divulgação
¹Fernanda Penido Matozinhos
²Adriana Paim
³Janaína Alvarenga
O consumo de substâncias psicoativas em situação de rua se configura em um grave problema de saúde pública e tem levado a elaboração diversas políticas.
A experiência dos Consultórios de Rua surgiu no ano de 1999, em Salvador, e à medida que a prática foi acontecendo, foi sendo ajustada.
Trata-se de uma modalidade de atendimento extramuros dirigida aos usuários de drogas que vivem em condições de maior vulnerabilidade social e distanciados da rede de serviços de saúde, com atendimento em locais de permanência e encaminhamento das demandas mais complexas para a rede de saúde (BRASIL, 2010).
O presente trabalho teve como objetivo apresentar brevemente a prática dos Consultórios de Rua e relatar a experiência por meio de observação de campo e entrevista com os integrantes da equipe.
Atualmente, em Belo Horizonte, existem quatro equipes de Consultórios de Rua, sendo prevista a abertura de mais duas equipes até o término deste ano.
Antes de iniciar as atividades, a equipe se encontra em um local estratégico, onde define as ações a serem realizadas naquele dia. As visitas nos espaços urbanos são realizadas diariamente e não há lugar fixo. De acordo com os profissionais, as principais atividades desenvolvidas são: mensuração de pressão arterial, oficinas de desenho, oficinas de música, passeios, atividades de educação em saúde voltadas para a prática de prevenção de doenças transmissíveis e para a redução de danos, abordagem aos familiares e encaminhamentos da população aos serviços básicos de saúde e de assistência social.
Ao término das atividades, a equipe realiza relatórios das ações desenvolvidas. Além disso, cada morador de rua possui um prontuário, no qual são anotados os encaminhamentos, as atividades realizadas e a situação de saúde do usuário.
Dentre as políticas públicas direcionadas aos usuários de álcool e drogas, bem como aquelas voltadas à população em situação da rua, o Consultório de Rua se constitui em uma estratégia que se aproxima da realidade de indivíduos marginalizados nos serviços de saúde. No entanto, sua efetividade ainda encontra muitos desafios e há a necessidade de discussões e ajustes na perspectiva de aperfeiçoar, continuamente, a estratégia.
¹ ² ³ Professoras da Nova Faculdade