Foto: Divulgação /dab.saude.gov.br
¹Fernanda Penido Matozinhos
²Adriana Paim
³Janaína Alvarenga
Sabe-se que o estado de doença assinala mudanças físicas, mas também biológicas e emocionais. Há, portanto, a necessidade de repensar as suas interpretações, as quais não podem ser compreendidas de um ponto de vista fixo, e não são definitivas, únicas ou exclusivas de um modo de pensar sobre a sociedade.
Reconhece-se, portanto, que existe um ser da doença, ou seja, tratar a dor, por exemplo, é menos árduo do que cuidar do sujeito com dor.
Diante desta realidade, nas últimas décadas, as ações de cuidado à saúde têm perpassado a esfera normativa e se reorganizado em torno de ações direcionadas aos problemas vivenciados pela comunidade e à promoção à saúde.
As representações sociais deste cuidado permitem apreender que, em um meio social, existem práticas culturais que a população estabelece em seu viver cotidiano – as quais, em muitos casos, se constituem como a única alternativa para atender às dores e sofrimentos. Além disso, o processo de ser saudável e o cuidado à saúde não pode estar desarticulado das condições socioeconômicas.
Observa-se, então, que, a despeito dos avanços obtidos no plano legal, a realidade dos serviços oferecidos à população ainda se distancia da garantia do direito à saúde. Há, também, a necessidade premente de corrigir a tendência do agir em saúde fragmentado.
As questões supracitadas representam ganhos reais em saúde coletiva, pois retratam o contexto em que os sujeitos estão inseridos. Além disso, promovem ganhos secundários, pois favorecem um novo olhar quando os serviços expressam a subjetividade da realidade e são explorados a partir das representações sociais – produto do processo de (re) tradução da realidade cotidiana.
¹ ² ³ Professoras da Nova Faculdade