Foto: Divulgação/ eccpn.aibarra.org
¹Daniele Rezende Silva
²Flávia Lúcia Abreu Rabelo
Em tempos de recursos tecnológicos cada vez mais rápidos e eficientes, o setor saúde se beneficia no sentido de rápidos e precisos diagnósticos, atendimento eficiente nas urgências e emergências e maior sobrevida daqueles que usufruíram de um atendimento de qualidade.
Junto com os recursos tecnológicos, vieram também maior acesso a alimentos enlatados, redes de \"fast foods\", falta de tempo para uma alimentação adequada, sedentarismo, sobrecarga de trabalho e \"stress\". E, como consequência, aumento do número de doenças como diabetes, acidente vascular encefálico, infarto, câncer do esôfago e estômago.
Pessoas que anteriormente ficariam hospitalizadas por não terem condições de se alimentarem pela boca após, por exemplo, ter ficado sequelado vítima de um acidente vascular encefálico, hoje vão para o domicílio em uso de sonda nasoentérica ou de gastrostomia, recebendo a terapia de nutrição enteral.
Na terapia de nutrição enteral, o paciente recebe os nutrientes por meio da sonda nasoentérica ou pela gastrostomia. A escolha da via a ser administrada a nutrição enteral deve ser uma decisão conjunta entre o médico, a equipe interdisciplinar, a família e, quando possível, do paciente.
Estes dispositivos permitem ao paciente receber uma ingestão controlada de nutrientes, especialmente formulada e preparada conforme as sua necessidades nutricionais e seu estado clínico, podendo ser industrializada ou preparada no próprio domicílio.
Profissionais da saúde devem orientar a família e/ou cuidador para o preparo e administração da dieta ao paciente. Para o preparo da dieta deve-se seguir alguns cuidados como: preparar a quantidade das porções dos alimentos conforme dieta formulada pelo nutricionista; os alimentos devem ser muito bem cozidos, batidos no liquidificador e coados para não obstruírem a sonda. Tudo deve ser realizado com a máxima condição de higiene.
Em relação à manipulação da sonda nasoentérica, o cuidador deve atentar para os seguintes cuidados:
- troca diária do curativo;
- administrar a dieta com a cabeceira do paciente elevada;
- a dieta deve ser administrada por ação da gravidade em um gotejamento lento;
- o alimento não pode ser administrado em uma temperatura elevada, de preferência a temperatura ambiente;
- a sonda deverá ser lavada com água filtrada sempre após administração da dieta ou medicação para que a mesma não obstrua.
E o cuidador deve ficar sempre atento à manifestação do paciente de tosse ou cianose durante a infusão de qualquer substância pela sonda, pois pode ser sinal de que a sonda não está mais no estômago como deveria e há o risco do paciente aspirar o conteúdo infundido.
Com os devidos cuidados, o paciente que precisa de uma via para administração de dieta enteral poderá ter uma boa qualidade de vida em seu domicilio, junto com os seus familiares e pessoas queridas.
¹Enfermeira, Professora da Nova Faculdade
²Farmacêutica, Professora da Nova Faculdade