Data de publicação: 30-08-2013 00:00:00

Utilização da insulina no tratamento do Diabetes Mellitus

Jornal Diário de Contagem On-Line

Foto: Divulgação

¹Claudmeire Dias Carneiro de Almeida
²Mariana de Oliveira Almeida
³Renata Viana Abreu

A insulina é um hormônio produzido no pâncreas que regula a concentração de glicose no sangue. Entretanto, quando esse órgão não produz a quantidade adequada de hormônio, pode-se ter uma doença chamada diabetes mellitus tipo 1. Se isso acontecer, não há outra alternativa a não ser usar insulina injetável. Embora sua aplicação, às vezes por 2 ou 3 vezes diárias, gere alguns inconvenientes, a adesão ao tratamento é fator de sucesso na terapia medicamentosa.

No mercado brasileiro existem inúmeras insulinas disponíveis para prescrição médica, mas, o Sistema Único de Saúde – SUS – disponibiliza, na Atenção Básica, apenas a insulina humana NPH 100 UI/mL (suspensão injetável) e a insulina humana regular 100 UI/mL (solução injetável). A primeira é uma insulina de ação intermediária cujo efeito tem início cerca de 2-4h após o uso. Esse efeito terapêutico dura 10-18h, mas, atinge o máximo entre 4 e 10h. Já a segunda, uma insulina de ação rápida, tem início de efeito após 0,5-1h, dura cerca de 5-8h e atinge o máximo entre 2 e 3h após a administração da medicação.

Quem irá definir qual a melhor insulina e a dose a ser usada em cada caso é o médico responsável pelo tratamento. Ele irá analisar o histórico do paciente e prescrever aquela que melhor se adapta às suas necessidades. A aplicação é feita pela via subcutânea, ou seja, embaixo da pele, utilizando seringa e agulha também disponibilizadas, gratuitamente, nas farmácias distritais do município.

A injeção

Poderá ser aplicada pelo próprio paciente ou por um cuidador, desde que tenham habilidade manual, não apresentem nenhum tremor nas mãos e disponham de boa visão. Além disso, deverão utilizar a técnica correta de administração. Para isso, ambos precisarão de treinamento o que, normalmente, é feito pela equipe de Saúde da Família. Os melhores locais para aplicação da insulina são a parte externa e superior dos braços, parte anterior e lateral das coxas, região abdominal e glútea (no bumbum). Deve-se aplicar a medicação cada dia em um local diferente e nunca repetir sempre o mesmo lugar. Dessa forma, evitam-se algumas complicações como a hipertrofia ou atrofia no local de aplicação. Além disso, deve-se evitar aplicar a injeção perto das juntas, na região da virilha, umbigo ou linha média do abdome.

Em relação ao reuso das agulhas e seringas descartáveis, não é recomendado pelos fabricantes. Entretanto, sabe-se que, na prática, isso acontece rotineiramente. Nesse caso, deve-se respeitar as orientações sobre o armazenamento do conjunto seringa/agulha na geladeira ou em outro local adequado, em casas onde não existe esse eletrodoméstico. Nunca guardar ao alcance das crianças de modo a evitar algum acidente doméstico. Além disso, a agulha deverá estar protegida pela capa protetora plástica, ou seja, deverá ser reencapada após o uso.

A higiene das mãos e do local de aplicação antes da administração também é imprescindível para garantir a segurança do reuso, que poderá ser feito por até 8 vezes, sempre pela mesma pessoa, se seguidas essas recomendações. Caso o paciente opte pela reutilização, as seringas deverão ser inutilizadas quando a agulha se tornar romba, curva ou entrar em contato com alguma superfície diferente da pele ou a aplicação se tornar mais dolorosa que o usual.

Armazenamento da medicação

Algumas recomendações deverão ser seguidas, principalmente, no que se refere à temperatura. A insulina é um hormônio e, para que suas propriedades sejam mantidas, os frascos deverão ser guardados na geladeira. Entretanto, nunca deverão ser congelados, ou seja, guardados no freezer (temperatura menor que 2ºC). Além disso, eles não deverão ficar expostos diretamente ao sol ou em locais com temperatura elevada como o porta-luvas do carro, próximo ao fogão ou forno elétrico. A medicação que está sendo usada pelo paciente poderá ficar fora da geladeira, mantida em temperatura ambiente, ou seja, entre 15 e 30ºC (não mais do que isso), pelo prazo de um mês. Nessa situação, manter o frasco no local mais fresco da casa, por exemplo, próximo ao filtro de água. Se, no momento do uso, o aplicador observar mudança de cor ou presença de grânulos a medicação não deverá ser utilizada.

Seguindo-se essas orientações de uso, o paciente, certamente, será beneficiado com a utilização da insulina, imprescindível para um bom controle glicêmico dos pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1. Evitam-se, dessa forma, complicações bastante comuns como o pé diabético, a retinopatia diabética, que leva à perda da visão, ou a nefropatia diabética que leva à insuficiência renal, pois, compromete os rins dos portadores da doença. Assim, a adesão ao tratamento é o principal desafio a ser enfrentado pelos profissionais de saúde envolvidos na Atenção Básica e somente será alcançado com a educação e conscientização dos pacientes portadores da doença, bem como de seus familiares, e com o envolvimento de toda a equipe multiprofissional que o atende.

¹²³ Professores da Nova Faculdade

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