Foto: Divulgação
¹Fernanda Penido Matozinhos
²Adriana Alves Oliveira Paim
³Janaína Sousa Campos Alvarenga
Sabe-se que a cultura biomédica não é isenta de representação social. Além disso, o discurso sobre a doença procede de uma opção teórica e está subordinado à cultura, à civilização e à época em que se insere.
Os serviços de saúde devem atender o indivíduo como um ser humano integral, submetido às mais diferentes situações de vida e trabalho, as quais influenciam a sua saúde.
A representação social do cuidado denota inúmeras implicações psicossociais e culturais, às quais são submetidos os usuários dos serviços de saúde. O pesquisador deve centrar-se nas comunicações e condutas que orientam os grupos sociais.
Isso ocorre porque o profissional reconhece não estar diante do doente, mas de um sujeito em sua “inteireza”, um ser de experiências, conflitos, emoção e razão, com o qual estabelece relação no domínio da liberdade, pensando-a em uma dimensão moral para uma prática ética.Na visão de Laplantine, este modelo corresponde ao modelo relacional, no qual deve se encaixar a perspectiva de saúde e doença das pesquisas.
Este é um recurso potencial para uma prática que vá ao encontro, de fato, da pessoa. Neste cenário, é necessária a definição de metas que atendam à população em relação ao cuidado em vez da habitual intervenção normativa do profissional, que determina a necessidade de tratamento baseado somente nos parâmetros da doença.
O delineamento dos estudos devem ressaltar a evidência dos aspectos socioculturais que permeiam e sustentam os processos de saúde e doença do indivíduo e das coletividades.
Deve-se assistir os indivíduos de modo a contemplar a totalidade existencial de seu processo vital. Acresce-se a isso, a urgência dialógica de que a atenção em saúde carece, como meio de (re) fazer e atualizar o horizonte normativo das práticas em saúde com base nas reais demandas do indivíduo e da população.
¹²³ Professoras da Nova Faculdade