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¹Adriana Alves Oliveira Paim
²Rosana Costa do Amaral
³Flávia Vanessa Lara

Ao estudar fatores relacionados à descendência do homem e a seleção natural, Charles Darwin reconheceu que a distribuição e a forma de parasitas humanos eram evolutivamente significativas. Ele observou, por exemplo, que...” os piolhos (Pediculus capitis) coletados em diferentes países a partir de diferentes raças humanas são diferentes, não só em relação à cor, mas na estrutura de suas garras e membros. Em todos os casos em que muitos espécimes foram obtidos, as diferenças eram constantes\" (Darwin, 1872).

Análises recentes de patógenos humanos revelaram que suas histórias evolutivas são congruentes com a hipótese do padrão antigo e moderno de migrações de populações humanas. Muitas doenças infecciosas parecem, assim, como Darwin já havia percebido, terem surgido simultaneamente com o desenvolvimento do homem. Desta forma, como os relacionamentos de diversos patógenos com os seres humanos são muito antigos, não seria surpreendente encontrar associações estreitas entre o ser humano e os microrganismos.

De fato, um caso particularmente interessante pode ser observado com a bactéria Helicobacter pylori. As árvores filogenéticas de amostras isoladas geograficamente de diversos grupos de seres humanos se associam à filogenia das populações das quais essa bactéria foi isolada. Assim, a história evolutiva do H. pylori pode dar um exemplo da co-evolução de uma bactéria e seu hospedeiro.

Assim, há fortes indícios de que o H. pylori acompanha o homem moderno desde sua origem, o que se deve, ao menos em parte, às características peculiares da relação H. pylori-hospedeiro. Desta forma seria possível classificar o processo de radiciação de determinados grupos por meios de estudos filogenéticos que envolvem esta relação parasita-hospedeiro.

¹²³ Professoras da Nova Faculdade