Foto: Divulgação

¹Adriana Alves Oliveira Paim
²Fernanda Penido Matozinhos

Em 1928 o pesquisador Alexander Fleming descobriu a penicilina: um antibiótico natural extraído do fungo Penicillium chrysogenum. Este antibiótico passou a ser usado a partir de 1941 com muito sucesso contra diversas infecções microbianas. Atualmente vários tipos de substâncias microbicidas derivadas da Penicilina (os chamados antimicrobianos) são usados de maneira diversa frente aos diferentes quadros infecciosos a que se propõem.

No entanto, o uso de medicamentos antimicrobianos tem sido feito de forma irracional ao longo do tempo e mesmo após a implementação da lei 6492/06, que proíbe a venda de antimicrobianos sem receita médica, esse uso continua sendo falho e pode trazer consequências graves a curto prazo para a população mundial.

A explicação para tal argumento vai desde a automedicação às indicações e prescrições médicas, que são por vezes falhas já que não há um estudo do processo infeccioso para se verificar qual o antimicrobiano ideal para cada quadro infecciosos. Esta pesquisa deveria incluir cultura do micro-organismo agente causador da infecção bem como uma avaliação de qual antimicrobiano deveria ser usado frente aquele micro-organismo.

Acredita-se que as prescrições indevidas, associada à conduta inadequada da população que usa de maneira incorreta os antimicrobianos o que leva cada vez mais à seleção de amostras bacterianas multirresistentes, possam nos levar de volta à era pré-antibiótica. Sim ao tempo em que Fleming ainda não havia descoberto a penicilina e ao tempo que uma doença infecciosa como a peste bubônica podia dizimar parte da população.

A seleção de amostras resistentes e, portanto, a introdução de organismos resistentes é muito mais acelerada do que a descoberta e desenvolvimento de novas drogas antimicrobianas. O que torna o peso da balança desfavorável para a manutenção da boa saúde do ser humano. Assim, devemos tomar algumas medidas para podermos contar com o uso eficiente dos antimicrobianos.

Para isso devemos lembrar que antimicrobiano não é antitérmico, que nem sempre um antimicrobiano forte é o ideal para um determinado tipo de infecção, que devemos respeitar as doses e horários da prescrição medica, que o medicamento deve ser usado ate o fim do tratamento ou pelo tempo prescrito pelo médico e enfim e mais importante devemos nos preocupar em solicitar um estudo mais aprofundado das infecções que nos acometem para que possamos contar com o uso de um medicamento eficaz que não selecione bactérias resistentes que poderão provocar infecções mais graves no nosso organismo.

¹²Professoras da Nova Faculdade