Data de publicação: 17-03-2014 00:00:00

A vida não é a mesma mesmice depois que se tem um filho

Lava Jato Dias

Foto: Divulgação

¹Sandra Mara de Araújo Rodrigues
²Vilmar de Carvalho Vilaça

Talvez quem não seja mãe ou pai não compreenda, mas quem é vai entender. De fato, isso muda tudo e faz com que cada coisinha cotidiana que não dávamos muita importância (na correria do dia-a-dia) se transforme. E isso parece uma mágica. Não sabemos responder exatamente por que isso acontece, mas suspeitamos que é pelo fato da criança que nasce nos fazer lembrar o tempo todo que o mundo é lindo e nos propicia descobertas e novidades a cada instante. E nos força a dar as explicações de coisas que nunca pensamos porque acontecem ou existem, enfim, nos exige refletir sobre o sentido das coisas, pessoas e acontecimentos.

Aprendemos (ou reaprendemos) a nomear, a olhar, a escutar. Isso nos torna uma via muito especial de apresentação do mundo para nossos filhos. E o que passarmos para eles será gravado profundamente… Daí decorre beleza, poesia e responsabilidade.

Os pais sábios, e esperamos conseguir ser um deles, conseguem crescer com essa experiência e se tornar pessoas melhores. Isso é especialmente importante porque não tem jeito: ser pai ou mãe é para sempre.

Além de ser ‘reapresentadas’ ao mundo, pelas perguntas dos pequenos, somos ‘reapresentados’ a nós mesmos. Muitas vezes, os filhos são como espelhos, apontam diretamente para coisas que não gostaríamos de ver. Isso às vezes dói, às vezes assusta. Para quem gosta de observar com carinho para si mesmo: surpreende e encanta.

Por falar em encanto, ele sempre nos acomete quando começamos a refletir sobre a beleza dessa ‘ideia’ de Deus: fazer com que nasçamos crianças e altamente dependentes de alguém – dependentes não só para as necessidades físicas, mas sobretudo para as emocionais. Poderia ter sido diferente. A infância humana é muito longa comparada às outras espécies de mamíferos do planeta – isso sugere alguma importância.

Quase sempre pensamos na importância para a criança, ou melhor, para o adulto em que essa criança se tornará. Mas suspeito que o mecanismo Divino tenha mão dupla: cresce a criança, cresce o cuidador da criança.

Acreditamos que em toda relação há troca e mudança, e oportunidades para nos tornarmos melhores. Claro que essa equação muitas vezes tem aspectos funestos – muitas mães e pais sendo ainda crianças em suas ações, (des) cuidando de crianças que terão que lutar muito para conseguirem crescer. Acontece, e não é raro, infelizmente.

Mas por isso é que convidamos a essa reflexão. Na dificuldade cotidiana, no dia que termina estressante por inúmeros outros fatores, que haja uma forma de ver em nossos filhos, que muitas vezes se apresentam como um desafio, uma oportunidade. E nesse ciclo, aprendemos todos, cuidamos todos de nossas arestas e podemos juntos buscar construir um mundo (um pouco) melhor.

¹ Psicóloga e Comunicadora Social formada pela UFMG. Psicoterapeuta, Mediadora de Conflitos e Orientadora Familiar.

² Mestrando em Educação pela PUC Minas e Especialista em Aprendizagem Cooperativa – UCB Brasília. Professor de Língua Portuguesa, licenciado pela UFMG, e Coordenador do Núcleo de Extensão da Nova Faculdade; Contagem; Minas Gerais; Brasil.

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