Foto: Divulgação/ institutolotus

¹Sandra Mara de Araújo Rodrigues
²Vilmar de Carvalho Vilaça
³Cristina Cheib
4Ricardo Ferreira Medeiros

Todo o processo terapêutico se constrói a partir e dentro de uma relação terapêutica. Na perspectiva existencial-humanista, a construção dessa relação se dá a partir de elementos básicos: uma boa escuta, atitudes existenciais que propiciem o surgimento de uma esfera de confiança entre cliente e terapeuta e intervenções terapêuticas propriamente ditas.

A escuta buscada na Psicoterapia Existencial é a escuta fenomenológica. Uma boa escuta, sem críticas, permitindo que o interlocutor se expresse em sua autenticidade, é o que irá possibilitar ao cliente “escutar-se a si mesmo” e poder aprofundar cada vez mais em suas dificuldades existenciais.

A escuta fenomenológica exige treino. O psicólogo deve estar sempre atento ao que está acontecendo na sessão. Nesse sentido, é importante estar sempre atento que, para esta abordagem, o foco é sempre o cliente, seus sentimentos, pensamentos e expressões, sendo papel do terapeuta a busca da compreensão deste e não interpretar sua problemática, conduzindo os temas a serem tratados ou provocando que ele explore assuntos que não está pronto e nem com vontade de explorar ou que fogem ao tema trazido.

A busca deve ser do significado exato do que o cliente diz, o que não se consegue às vezes, muito facilmente, demandando um trabalho de solicitação de mais informações a respeito do que disse, descrevendo o acontecimento, buscando captar os sentimentos que estão em torno da experiência descrita, para que seja explicitada a vivência do mesmo.

O trabalho terapêutico é no sentido de criar condições para que o próprio cliente compreenda sua história e crie condições de exercer sua liberdade, autonomia e capacidade de decisão, cabendo a cada um fazer seu projeto de vida a partir de si mesmo, construindo seu processo de crescimento. O terapeuta estará do lado, como um apoio, mas nunca como um substituto das decisões do cliente.

Na perspectiva fenomenológica-existencial o relacionamento terapeuta-cliente é complexo, em que há uma proposta de trabalho em comum, dentro de um plano de intimidade e troca afetiva. O cliente é responsável por seu processo e o objetivo do trabalho terapêutico é que a pessoa conquiste o senso de liberdade, se torne mais autêntica e aflore sua criatividade, por meio dessa forma privilegiada de encontro interpessoal que é a relação terapeuta-cliente (o que implicará a construção de um vínculo de afeto em um lugar privilegiado da verdade e convite ao autoconhecimento e à liberação dos condicionamentos). A aceitação, o acolhimento e a empatia facilitam para o cliente, oferecem apoio emocional e permitem que ele entre no processo, considerando que, às vezes, possa haver dificuldades para que se estabeleça esse tipo de relação, tanto por parte do cliente como por parte do terapeuta.

Na Relação Terapêutica na psicoterapia fenomenológica-existencial, o cliente é quem se coloca e toma as iniciativas, ele centraliza sua atenção e o terapeuta acompanha esse processo, refletindo, amplificando, destacando e estimulando o processo de descoberta que é do cliente.

¹Psicóloga e Comunicadora Social formada pela UFMG. Psicoterapeuta, Mediadora de Conflitos e Orientadora Familiar.

²Mestrando em Educação pela PUC Minas e Especialista em Aprendizagem Cooperativa – UCB Brasília. Professor de Língua Portuguesa, licenciado pela UFMG e Coordenador do Núcleo de Extensão da Nova Faculdade; Contagem, Minas Gerais, Brasil; vilmarvilaca@novafaculdade.com.br

³Mestre em Educação; Professora de Regime Parcial e Coordenadora do Núcleo de Extensão da Nova Faculdade; Contagem; Minas Gerais; Brasil; cristinacheib@novafaculdade.com.br

4Especialista em Metodologia de Ensino da Matemática; Professor de Regime Parcial e Coordenador dos Cursos de Administração e Ciências Contábeis; Contagem; Minas Gerais; Brasil; ricardoferreira@novafaculdade.com.br