Fotos: Willian Augusto / Robson Rodrigues

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Os médicos da rede municipal de Contagem não aceitaram o reajuste de 5,58% proposto pela Prefeitura, com isso realizam paralisação dos atendimentos por 48 horas a partir desta quinta-feira (26). Os atendimentos só vão ser feitos em casos de urgência e emergência – fichas vermelhas, laranjas e amarelas, até às 7 horas deste sábado (28).

Na próxima segunda-feira (30), os médicos vão realizar uma nova assembleia para decidir os rumos do movimento e uma contraproposta será apresentada aos gestores. A reunião será às 19 horas no Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (SinMed-MG) que fica na Avenida do Contorno, 4.999, bairro Serra, em Belo Horizonte.

A contraproposta que será enviada contempla:

• Reajuste salarial de 20% sobre o vencimento base da categoria (20 horas). A justificativa para o índice: alcançar o valor pago pela PBH. Contagem paga hoje um dos piores salários-base da região metropolitana (R$3.757). O índice de 5.85% proposto pela Prefeitura não repõe as perdas dos últimos anos.

• Estabelecimento de uma data para a implantação do novo Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos da categoria, visto que o assunto foi apresentado no ano passado e pouco avançou.

• Cumprimento do acordo feito em reunião anterior entre médicos e gestão para que no prazo de 30 dias fosse alterada a Lei Complementar 162. A lei institui a Gratificação Médica disponibilizada por Setor e Complexidade (GMSC) aos servidores médicos efetivos e contratados, pertencentes ao Sistema Municipal de Saúde. Sua implantação trouxe vários prejuízos para a categoria, entre eles o não pagamento da gratificação de plantão realizado em dia de semana (GPDS), outra reivindicação da categoria.

• Defesa pela legalidade e moralidade dos RPAs (Recibo de Pagamento a Autônomos), prática que vem acontecendo de forma abusiva no município, a despeito das denúncias e advertências do Sindicato dos Médicos.

Dossiê denunciou mazelas da saúde

Entre as ações do Sindicato dos Médicos na campanha deste ano estão às denúncias ao Ministério Público de Contagem. No dia 11 de junho, o sindicato entregou um verdadeiro dossiê, com mais de 20 páginas, para a promotoria pública da Saúde que contém denúncias de desassistência à população nas unidades públicas de saúde.

O sindicato também denunciou, à promotoria de Patrimônio, a questão dos RPAs. “Sem uma política de valorização do profissional médico, por meio de um salário justo e um Plano de Carreira, o município utiliza cada vez mais recursos como Pagamento a Autônomo, Mais Médicos e Revalida. Nenhum deles representa uma melhoria efetiva da saúde no município, sendo paliativos para resolver o problema imediato de falta de profissionais”, afirma o SinMed-MG.

Fonte: SinMed-MG