O Ministério das Cidades elaborou um manual para orientar as prefeituras na implantação de projetos cicloviários. A publicação “Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades” está à disposição dos prefeitos.

O manual foi apresentada aos participantes do seminário VII Jornada Brasileira Na Cidade Sem Meu Carro, que aconteceu no auditório do subsolo do Bloco A da Esplanada. “O Brasil está entre os oito países que têm um material deste tipo”, destacou o diretor de Mobilidade Urbana da pasta, Renato Boareto. O livro está sendo distribuído desde de 24 de setembro aos municípios com mais de 60 mil habitantes.

O seminário teve o objetivo de promover a campanha internacional “Na cidade sem meu carro”, comemorada no dia 22.09 em aproximadamente 1,8 mil cidades de todo o mundo. "Essa é uma data para estimular a reflexão pedagógica sobre o uso do automóvel", afirmou Nazareno Afonso, representante do Instituto Ruaviva.

No Brasil, cerca de 60 cidades participam da Jornada, isolando trechos de ruas e praças para espaços de convivência e distribuindo matérias educativas. “São 364 dias de prioridade para os motoristas e apenas um para os pedestres”, lementou Nazareno, lembrando que segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o trânsito brasileiro mata mais de 30 mil pessoas por ano.

"Além disso, a OMS estima que para cada perda fatal em acidentes, seis pessoas fiquem portadoras de deficiência". Nazareno também apontou a importância da rápida aprovação do Projeto de Lei 1.687, que institui diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.

 “Avançar no marco legal é importante para que possamos trabalhar este paradigma de cada cidadão deve ter um automóvel”, defendeu Nilo Diniz, do Ministério do Meio Ambiente. “Quanto antes isso acontecer, melhor para todos nós”, disse, lembrando os efeitos nocivos da emissão de poluentes na atmosfera, causada pelo excesso de automóveis.

 “O trânsito é uma questão de saúde pública. O uso racional do carro não só melhora a questão do tráfego e da poluição, como promove a saúde”, disse Otalino Libânio, do Ministério da Saúde. Para ele, o dia “Na cidade sem meu carro” tem a finalidade de provocar questionamentos sobre a cidade que queremos viver. “É para a gente parar e se perguntar: Será que o carro é mesmo fundamental? Existem outras alternativas?”.

Deixar o carro na garagem é prática dos adeptos da campanha, que buscam alternativas de transporte no ônibus, na carona solidária, na bicicleta ou a pé. O objetivo é estimular modelos de cidades ambientalmente sustentáveis, com mais espaços públicos, centradas na qualidade de vida das pessoas.

(O seminário encerra hoje, às 17h30 e é promovido em parceria com os ministérios, do Meio Ambiente, da Cultura, do Esporte, da Saúde e da Educação.) tirar

Fonte: Ministério das Cidades