Data de publicação: 03-10-2012 00:00:00

Vantagens e desvantagens de se viver nos limites de municípios

Jornal Diário de Contagem On-Line

Foto: Leandro Dias

Por Leandro Dias

Contagem tem mais de 194 mil quilômetros quadrados, e esse vasto território faz limite com o município de Betim, Esmeraldas, Ribeirão das Neves, Belo Horizonte e Ibirité. No bairro Durval de Barros os limites confundem moradores e visitantes, pois a região está no limite com Contagem, Belo Horizonte, Ibirité e Betim.

Ao longo da Avenida Coronel Durval de Barros, a principal do bairro, moradores e comerciantes têm dificuldades com os endereços de correspondências. O problema existe desde a década de 70, quando a região começou a se desenvolver a partir do crescimento imobiliário e da criação de um centro industrial na Grande Belo Horizonte.

Para os Correios, a avenida é dividida em apenas duas cidades, Contagem e Belo Horizonte. A empresa não cita Betim, nem Ibirité. Mesmo assim, muitos moradores se consideram pertencentes a Ibirité por causa dos serviços oferecidos à população.

Segundo moradores, somente o início da Avenida Coronel Durval de Barros faz parte de Belo Horizonte. Do lado direito da avenida está Contagem, do lado esquerdo Ibirité, e seguindo em frente é Betim. No entanto, essa definição não impede a confusão entre as pessoas que moram e trabalham por ali.

O comerciante Luiz de Souza Filho trabalha e mora no Durval de Barros desde 1967 e considera o bairro parte da cidade de Ibirité. “Recebo IPTU comercial de Contagem, mas pago o imposto de Ibirité. Com o IPTU residencial faço o mesmo. Prefiro pagar os impostos para Ibirité porque a cidade oferece serviços públicos mais próximos. Faço isso, mesmo sabendo que em Contagem não é cobrado o imposto residencial”, justifica.

Já o morador Wande Rauffe declara preferência pela cidade de Contagem. O aposentado possui três imóveis alugados e reside sobre suas lojas. “Recebo carnês do IPTU das prefeituras de Contagem e de Ibirité, mas oriento meus inquilinos pagarem o imposto de Contagem”, explica.

Para ser isento do IPTU residencial cobrado por Ibirité, o aposentado contesta a cobrança apresentando a escritura do imóvel em que consta o município de Contagem.

Vantagens e Desvantagens

Os transtornos de uma região que tem limite com quatro municípios são minimizados no setor da segurança pública. Comerciantes contam que o policiamento na Avenida Coronel Durval de Barros é feito por policiais militares de Contagem, Ibirité e Belo Horizonte.

Já os serviços de coleta de lixo e varredura de ruas são feitos pela prefeitura de Ibirité. Mas, aos domingos, garis de Contagem fazem a limpeza no bairro após a feira de artesanato que acontece na avenida.

A falta de manutenção da rede fluvial é outro fator que incomoda a população. “Quando chove forte a avenida enche de água e nenhuma prefeitura resolve nosso problema”, conta Wander Rauff.

De acordo com comerciantes, um abaixo-assinado foi enviado à prefeitura de Contagem solicitando a ampliação da avenida e a reforma da rede fluvial, mas os moradores não tiveram retorno.

Solução

A prefeitura de Contagem informou que considera todo o bairro pertencente ao município. Sobre os problemas citados na reportagem, a prefeitura informou que o administrador da Regional Riacho, Flávio Henrique Gomes de Freitas, vai se reunir com moradores para apresentar soluções.

A prefeitura de Betim informou que não considera o bairro pertencente ao município.
Procurada pela reportagem do jornal, a prefeitura de Ibirité e de Belo Horizonte não se manifestaram sobre o assunto.

Curiosidades

A Igreja de Nossa Senhora Aparecida, localizada no lado ímpar da avenida, teoricamente estaria no município de Ibirité, mas não é o que acontece. O pároco da igreja, Padre Álvaro, é um defensor da municipalização do bairro Durval de Barros para Contagem. Com isso, a opinião do padre sobressaiu à definição geográfica.

Por questões de saúde, o religioso não pôde conceder entrevista, mas o secretário da igreja, Vinícius de Almeida, reafirma a luta do religioso. “Ele sempre defendeu que a igreja deveria fazer parte de Contagem, apesar de estar do lado de Ibirité. Essa insistência do padre acabou ganhando fama e o povo passou a considerar o quarteirão da igreja parte de Contagem”, explica.

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