Data de publicação: 21-10-2013 00:00:00

Cidadãos sem moradias continuam no terreno da Ceasa Minas, em Contagem

Lava Jato Dias

Foto: William Augusto

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Por: Lorayne François e Robson Rodrigues

Há uma semana cerca de três mil pessoas ocupam um terreno de 210 mil metros quadrados de propriedade do Governo Federal. A área na avenida Severino Ballesteros, no bairro Jardim Laguna, é de responsabilidade da Ceasa/MG.

A ocupação aconteceu na madrugada do dia 12 de outubro e desde então, recebeu o nome de William Rosa, em homenagem ao professor do Instituto de Geografia da UFMG. Rosa era militante das lutas populares e faleceu vítima de um acidente automotivo em 1º de dezembro de 2012.

As famílias que participam da ocupação são organizadas pelo Movimento Luta Popular, filiado à CSP (Central Sindical e Popular) – Conlutas.

Os cidadãos querem que o governo construa no local, moradias do Programa “Minha Casa, Minha Vida” para serem destinadas às famílias cadastradas.

Segundo a Central Sindical Popular, o terreno está abandonado há cerca de 40 anos e tem servido para descarte de entulho e lixo.

O integrante do Movimento Luta Popular da CSP – Conlutas, Lacerda Santos, afirma que cerca de 90% das pessoas que ocupam a área são de Contagem, de bairros como: Estrela Dalva, Nacional, Jardim Laguna, São Matheus e Novo Progresso.

“Descobrimos a verdadeira realizada de Contagem que não possui nenhum programa para atender as famílias de baixa renda. Por isso pretendemos continuar lutando, avançando e pressionando as autoridades para que os governos federal, estadual e municipal encontrem uma solução política para esse drama social que é a falta de moradia na região. Todos aqui são movidos por uma necessidade básica, o direito de moradia”, enfatiza Lacerda Santos.

Santos informa que a reintegração de posse do terreno foi expedida na sexta-feira (18) e que deste então, todos estão apreensivos e temem a forma como será cumprida a ordem judicial, pela Polícia Militar.

CeasaMinas

Em nota, a assessoria de comunicação do entreposto disse que está tomando todas as medidas legais cabíveis para que o terreno seja desocupado.

Segundo a nota, a área ocupada faz parte de um projeto de expansão da CeasaMinas, que prevê a implantação de novos empreendimentos comerciais.

As Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A, afirma que não vai abrir mão do espaço para ser implantado o Programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Poder público

Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura de Contagem disse que não tem nenhuma responsabilidade pela área ocupada e ressaltou que o terreno é de responsabilidade do Governo Federal e da Ceasa Minas.

Doações

Os ocupantes do terreno se organizaram em várias equipes com o objetivo de manter o acampamento em ordem, dentro do possível.

Foram construídos banheiros coletivos, uma cozinha comunitária, água e luz elétrica já foram providenciadas, o lixo está sendo recolhido, a mata está sendo preservada e uma grande barraca começou a ser construída para ser uma creche e poder abrigar as crianças do acampamento. Já a cozinha está fornecendo café da manhã, almoço e sopa à noite.

A coordenadora da cozinha improvisada, Patrícia Mendes Pereira, diz que no momento estão precisando de quase tudo: pão, leite, alimentos não perecíveis, arroz, feijão e macarrão, remédios de primeiros socorros, produtos de higiene pessoal e de limpeza.

“Essa cozinha funciona para todas as pessoas que estão no local e qualquer doação será bem vinda. Tudo que chegar aqui, será partilhado com todos”, afirma.

As doações podem ser entregues no próprio acampamento ou na sede do CSP (Central Sindical e Popular) – Conlutas, na Avenida Amazonas, 491, 10º andar, ou no Sindeess, na Rua Floresta, bairro Floresta, 114, em Belo Horizonte.

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