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Centenas de famílias da ocupação Willian Rosa participaram de uma assembleia realizada na noite da quinta-feira (25), na Avenida Severino Ballesteros Rodrigues, em frente a CeasaMinas. A Polícia Militar interditou a avenida e acompanhou a movimentação à distância.

Acordo

Também participaram da assembleia, o coordenador da secretaria geral da Presidência da República, Wellingtom Pantaleão da Silva e um advogado da CeasaMinas. Ficou decidido que a CeasaMinas iria suspender a ação de reintegração de posse durante dez dias e nesse período não teria nenhuma intervenção da polícia.

A liderança do movimento se comprometeu a fazer um cadastro qualificado com o levantamento da situação real de cada família, o que será feito nesse final de semana e se comprometeram a não deixar mais nenhuma família ocupar o terreno e nem fazer nenhum tipo de edificação.

Segundo Lacerda Santos, o secretário Pantaleão disse que se houver algum tipo de intimidação por parte da PM, o fato deverá ser relatado, para que sejam tomadas as devidas providências.

“As famílias aceitaram o acordo feito com o secretário e o advogado. A decisão da Ceasa tem o objetivo de dar tempo ao governo Federal, para que alguma alternativa seja encontrada para evitar o despejo”, explica.

Contradição

Lacerda disse que a argumentação que o terreno faz parte de um projeto de expansão da CeasaMinas se contradiz, uma vez que existe um posto de gasolina funcionando dentro do terreno e a CeasaMinas nada fez para retirá-lo.

Ação policial

“A PM ajudou interditando o tráfego para a realização da assembleia, mas quando os policiais se aproximaram querendo qualificar os participantes, acreditamos ser desnecessário, já que não houve nenhum incidente que justificasse esse tipo de abordagem”.

Cadastro

Conforme Larceda a situação das famílias acampadas são as mesmas das famílias pobres de todo Brasil que vivem de forma precária, lutando por uma moradia digna.

“O cadastro que será feito tem o objetivo de saber quais são as famílias que tem renda de zero a três salários mínimos e que não possuem casa própria. Levamos em consideração que sem casa é aquele que mora de aluguel, de favor ou em área de risco. Aqueles que não se enquadrarem nesse perfil, vamos pedir para se retira do local para não comprometerem o movimento e o próprio cadastro que será enviado para o Governo Federal”, finaliza Lacerda.

Paz

O Tenente PM Jeferson, coordenador de policiamento do 18º Batalhão, afirmou que a ordem é acompanhar o movimento para manter a ordem.

“Não houve pedido por parte do movimento, mas viemos para garantir a segurança das famílias. Verificarmos uma movimentação estranha através do sistema de câmeras da CeasaMinas e nos deslocamos. Também queremos paz e a polícia age conforme com a ação dos manifestantes. Como a ocupação foi muito rápida, não foi possível evitar. Agora é aguardar a decisão da justiça”, explica o comandante.

Uma das ocupantes do terreno explicou que pneus foram recolhidos para fazer uma barreira de contenção para as águas de chuvas. A polícia acreditou que os pneus seriam incendiados numa interdição da avenida. Mas a liderança do movimento afirma que ocupação é pacífica e que a avenida não será interditada.

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