Data de publicação: 03-09-2014 00:00:00

A intro cidade

Funeral Pet Diamond

Foto: Fernando Perdigão

Lecy Pereira Sousa

Um dos meus livros prediletos é \"As Cidades Invisíveis\" do escritor italiano Italo Calvino. Nesse livro curtinho e de literatura fluente, cada página nos reserva uma cidade possível ou impossível. Na criação de Calvino, Marco Polo, o mercador venesiano que seduziu a China durante o império do Kublai Khan passa a narrar ao imperador como eram as cidades que visitou, num total de 55.

A partir daí , somos levados a cenários que nem os games 3D conseguem retratar na atualidade. Passamos a \"ver\" as cidades como catalizadoras de emoções. As cidades ganham um sentido que foge da existência ordinária. São cidades que fazem sonhar.

É com essa perspectiva que vejo a cidade de Contagem chegar aos 103 anos de existência. Enquanto cidadãos, aqueles que provocam e sofrem mudanças ao longo de uma existência, seja ela breve ou longa, damos algum sentido à palavra cidade graças à nossa necessidade gregária. Queremos pertencer a um lugar. Queremos nos envolver, criar vínculos, estudar, trabalhar, apaixonar, enxergar melhorias e sermos parte dessas melhorias. Queremos que as coisas funcionem na cidade, enquanto somos parte dela. Só gostamos de uma cidade se ela está dentro de nós. Se não for dessa maneira, somos nômades aprisionados num espaço geográfico. Conheço pessoas que alegam jamais terem saído do bairro onde moram para nenhum outro lugar. Algo espantoso. O conceito de cidade para alguém com tal comportamento é bastante limitado.

O cotidiano de uma cidade como Contagem está bem distante da fantasia, mas cabe a ela esse papel. Um homem sem sonhos é um ser desprovido de possibilidades. Sonho e fantasia são palavras de significado abstrato. A Contagem dos tempos de ficar à janela vendo as nuvens passando ao longo do dia mudou drasticamente. Os habitantes de Contagem são, também, os grandes responsáveis por essas mudanças. E a pergunta é: qual cenário queremos criar para os próximos 10, 20, 50 anos? Tudo bem, os projetos necessitam de planejamento, investimento e ação (parece tripé de plano de governo), mas as cidades só evoluem quando alimentam o sonho dos seus habitantes. O sonho é a jogada imprevisível no jogo de xadrez.

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Em tempo: quero parabenizar Contagem por seus 103 anos. Essa cidade onde a minha vida passou por grandes transformações. Parabenizo o Diário de Contagem pelos 9 anos consecutivos levando informações rápidas aos contagenses e aproveito, ainda, para dar os parabéns ao Jonas, meu filho, por seus 21 anos completados em dois de setembro. A gente volta.

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