Data de publicação: 23-04-2014 00:00:00

Frei Betto vem à Contagem e participa de evento que relembra o “Golpe de 64”

Jornal Diário de Contagem On-Line

Frei Betto

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O frade dominicano, escritor premiado, autor de mais de 50 livros, jornalista, antropólogo, filosofo e teólogo, ministrou uma palestra na terça-feira (22), na PUC Contagem.

Frei Betto foi convidado para participar do evento “Olhares sobre o Golpe de 64 – 50 anos depois” que relembra os 50 anos do golpe de 1964, através de uma exposição de painéis com imagens e fotos, além de exibições de filmes comentados.

O Frei começou sua fala esclarecendo que não tem nenhum problema com a palavra “comemorar”. “Comemorar para mim é registrar a memória. Quem não conhece o passado, corre o risco de repeti-lo. Por isso vamos relembrar a ditadura para não repetirmos”, enfatiza.

Betto contou momentos passados durante os quatro anos que ficou preso acusado de ser contrário ao regime comandado pelos militares. Período marcado pelas violações da liberdade e dos direitos humanos, que durou 20 anos, quando pessoas desapareceram e morreram.

“Ficamos famosos dentro da cadeia por sermos presos políticos. Éramos tidos com perigosos. Então usamos essa fama de guerrilheiros a nosso favor, isso porque chegamos a ficar encarcerados juntamente com presos comuns. Fizemos grupos para estudo da Bíblia e criamos grupos de teatro. Foi nessa época que percebi o quanto é fácil recuperar presos, mas infelizmente, até hoje, não há vontade política para recuperá-los”, conta.

O Frei que chegou a ficar preso em oito cadeias diferente, confirma que a imprensa da época realmente apoiou a ditadura. “Os poucos jornais contrários ao regime, incluíam informações sobre a resistência dentro das páginas de esporte, no meio dos textos para não serem cerceados”, explica.

Frei Betto disse que atualmente continua existindo tortura dentro das cadeias. “Isso acontece até hoje porque os torturadores do passado não foram punidos, por isso continua acontecendo”.

O palestrante condenou o consumismo desenfreado, que, segundo ele, impede as pessoas e principalmente, os jovens, de se tornarem cidadãos. “O consumismo destrói a cidadania. Os jovens de hoje, na sua maioria, não sabem o querem fazer das suas vidas e não têm vocação”, explica.

Frei Betto, que não gosta de gravar para TV, concedeu uma entrevista para o jornalista Robson Rodrigues.

Ele falou sobre a ditadura, sobre o programa “Fome Zero” que se transformou em “Bolsa Família”, assistencialismo, a importância do voto consciente e outras questões.

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O evento realizado pela PUC Contagem contou com a presença do pró-reitor da PUC Minas em Contagem, Robson dos Santos Marques; da presidenta da Fundac, Renata Lima e do vice-prefeito de Contagem, João Guedes.

O pró-reitor falou da importância da presença de Frei Betto na universidade. Robson Marques confirma que a democracia brasileira ainda tem resquícios de ditadura.

“Temos a responsabilidade de formar cidadãos conscientes, por isso temos a missão de oferecer conhecimento e formar pessoas politizadas”, explica.

No dia 30 de abril, ás 19 horas, será exibido o documentário “Dossiê Jango”, de Paulo Henrique Fontenelle, com comentários do mestre em economia Flavius Marcus Lana de Vasconcelos, professor dos Cursos de Administração, Ciências Contábeis e Engenharia Mecânica.

No dia 07 de maio será exibido o documentário “O dia que durou 21 anos”, dirigido por Camilo Tavares. O debate será conduzido pela historiadora Júlia Calvo, professora dos Cursos de Direito e Serviço Social.

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