Fotos: Robson Rodrigues Moreira
O Pólo de Educação a Distância do Cesumar da cidade de Contagem através do seu diretor Mauro Elysio convidou professores da educação infantil de Contagem, para assistir uma palestra sobre bullying ministrada pela Professora-Mestre Ivone Pingoello.
Com transmissão ao vivo pela internet, direto da cidade de Maringá, Estado do Paraná, a professora e aluna do curso de pedagogia do Cesumar, Ivone Pingoello disse que é um engano generalizar e dizer que todos os alunos indisciplinados são alunos violentos.
“Uma pessoa pode pensar o que bem dizer, mas a partir do momento que o pensamento passa para a prática de forma preconceituosa ou racista, essa atitude passa a ser um crime inafiançável e imprescritível”, enfatiza a educadora.
Ivone Pingoello afirma que assédio moral e bullying são diferentes. Segundo a professora, o assédio moral, na maioria das vezes, acontece no ambiente de trabalho entre o chefe e seu subordinado, que denigre sua imagem profissional através de pressão e ameaças diante dos demais colegas de trabalho.
Ela destaca também que o bullying acontece no ambiente escolar, principalmente com crianças e que só passou a preocupar a sociedade quando pessoas começaram a morrer como aconteceu nos Estados Unidos e recentemente, no Rio de Janeiro.
Pesquisas informam que o bullying acontece na mesma proporção nas escolas públicas e privadas. Entre os meninos se dá com mais violências físicas e já com as meninas, as fofocas é a forma mais usada para esse tipo de violência.
Para Pingoello, as crianças que só convivem com as mães não aprendem a bater, porque geralmente são os pais que gostam de brincar de luta com seus filhos.
“Bullying não é difícil de ser combatido, às vezes, basta uma boa conversa, porque muitas crianças não sabem que bullying é um crime passível de punição. Se o agressor for uma criança, os pais são responsabilizados. Se for adolescente, são aplicadas medidas sócio-educativas e se for adulto, processo criminal”, explica a professora.
Possíveis vítimas:
- Alunos considerados estudiosos;
- Alunos gentis e generosos;
- Meninas que não se enquadram no padrão de “Barbie”;
- Meninos que não fazem o tipo machão;
- Os negros;
- Deficientes físicos;
- Os que são considerados “diferentes” entre os demais.
De acordo com a professora, as crianças vítimas de bullying tem três vezes mais chances de cometer suicídio. As vítimas pedem aos pais para saírem ou trocarem de escola, porque estão sendo as últimas a serem escolhidas para participarem das atividades em grupo.
Ela enfatiza que as crianças precisam de amigos e devem gostar de ir à escola, caso isso não aconteça e elas apresentam reações comportamentais agressivas, se isolando e perdendo a vontade de brincar, podem estar sendo vitimas das agressões físicas ou verbais.
Cerca de dois mil alunos do Núcleo de Educação a Distancia e Presencial Cesumar assistiram à palestra e professores interessados em acabar com esse tipo de violência dentro das escolas onde lesionam.
No final da palestra, a professora Ivone Pingoello afirmou que as crianças vítimas de bullying podem sair ilesas se tiverem uma boa estrutura familiar e afetiva capaz de observar o comportamento dos seus filhos e tomar providências.
“Os agressores precisam de toda a ajuda possível por parte das escolas, pais e psicólogos para não se tornem adolescentes violentos e adultos criminosos”, finaliza Pingoello.