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Conhecer o mundo e culturas diferentes. É esse o pensamento de muitas pessoas que procuram o intercâmbio. Passar um tempo longe de casa pode ser enriquecedor, principalmente para os jovens.
Além do aprendizado acadêmico, a experiência de vida amadurece aqueles que vivem longe do porto seguro dos pais. Foi pensando nisso, que o Rotary Club de Contagem resolveu “trocar” jovens de diversos países, por um período
A estudante Máté Viktória veio da Hungria para passar um ano no Brasil, via Rotary. Ela saiu da Europa carregando na mala: dúvidas, receios e curiosidades sobre a terra tupiniquim.
“Sinceramente, eu não sabia muitas coisas sobre o Brasil, por isso estava tão interessada. Claro, eu tinha a ideia de que o Brasil fosse perigoso porque geralmente a televisão gosta de passar notícias não muito positivas sobre o país. Eu sempre preferi assistir algo sobre as belezas naturais e em como as nossas culturas são diferentes”, explica.
A húngara está no fim do intercâmbio e consegue se comunicar bem em português. Ela se adequou e pretende voltar. “Eu adoro o Brasil! Estou já planejando a volta. Quero que o Brasil faça parte do meu futuro”.
O contrário também acontece. A estudante Mariana Xavier deixou Contagem para concluir o terceiro ano do ensino médio na terra dos astecas. Ela passou um ano em Cuetlaxcōāpan, cidade do estado de Puebla, na região central do México.
A viagem também teve motivos culturais, mas não ficou só nisso. “Como estava longe dos meus pais, eu tive que me virar com as necessidades do dia a dia. Aprendi a buscar o que eu quero e a ser mais independente. Quando voltei, minha família percebeu isso em mim”. Mariana despertou de vez o espírito errante. A jovem ainda pretende fazer um mochilão pela América Latina.
O Rotary e o intercâmbio
O Rotary foi criado pelo advogado norte americano Paul Percy, em 1905, em Chicago (EUA). O ideal da organização é fomentar a compreensão e a concórdia universal, atuando como estímulo à ação profissional, comunitária e ética dos membros. O intercâmbio faz parte do plano para colocar as resoluções em prática.
O coordenador geral do Programa de Intercâmbio do Rotary em Contagem, Geraldo Melgaço, sabe que a pretensão parece clichê e impossível, mas que convém acreditar. “Parece utópico, mas não é. O objetivo é conseguir a paz mundial. Quase um ano vivendo em um país de cultura distinta, esses jovens passam a conviver e respeitar as diferenças, acabando com o preconceito”, acredita Melgaço.
O fluxo de viajantes é grande. O Rotary de Contagem já intercambiou cerca de 1360 jovens. São 55 brasileiros e 55 estrangeiros entrando e saindo do Brasil por ano. São três tipos de Intercâmbio: de longa duração - 11 meses; de curta duração - 02 meses; e novas Gerações - 02 a 04 meses.
No programa de longa duração, o jovem viaja com um visto de estudante de um ano e chega ao país matriculado em uma escola. É obrigatório frequentar as aulas. Quem envia filhos, também deve oferecer a própria casa para intercambistas estrangeiros e indicar mais duas para o viajante. Cada jovem tem que viver com no mínimo três famílias. A troca não significa que vão receber um filho da família que está recebendo o deles.
O custo do programa fica em torno de R$ 8 mil a R$10 mil, mas dependendo do país e das viagens opcionais que o lugar oferece, o valor pode subir. Melgaço diz que a quantia não é muito diferente da que os pais gastam com os filhos em casa. “Gastamos o mesmo com eles aqui durante um ano”.
Para se informar sobre quais os pré-requisitos e os países disponíveis, o candidato deve procurar um Rotary Clube mais próximo ou acesse: www.ryep4760brasil.com.br. O correio eletrônico é: secretaria@ryep4760brasil.com.br. Não precisa ser rotariano para participar.
Por Guilherme Reis
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