Foto: Divulgação/espacoeducar-liza.blogspot.com.br

¹Luciani Dalmaschio
²Isamara Grazielle Martins Coura

É muito comum ouvirmos, nos últimos tempos, o termo “letramento” sendo utilizado no discurso educacional. Envolto em várias posições teóricas, o significado de letramento tem apresentado não propriamente uma diversidade de conceitos, mas uma diversidade de focos na observação do mesmo fenômeno. Assim, com o intuito de apenas apresentar esse campo de estudo, podemos dizer genericamente que letramento corresponde às práticas sociais de leitura e escrita e aos eventos em que essas práticas são acionadas, assim como às consequências que o uso do texto traz para a sociedade.

Nesse sentido, a utilização adequada que as pessoas fazem da leitura e da escrita nas mais diversas situações sociais, determina o grau de letramento que esses indivíduos possuem. Dessa forma, é possível que até mesmo pessoas que não saibam ler e escrever apresentem certo nível de letramento, uma vez que são capazes de reconhecer a função de jornais, revistas, cheques, bilhetes, letreiros de ônibus, cartas, etc.

Isso possibilita dizer que enquanto o processo de alfabetização compreende práticas formais de instrução, realizadas, normalmente, no âmbito escolar; o letramento é percebido como um fenômeno sócio-histórico de apreensão da leitura e da escrita. Logo, podemos dizer que a escola é um dos locais em que o letramento é posto em cena, mas não o único.
Nessa perspectiva, alfabetização é um processo de aprendizado ligado ao individual, ao passo que o letramento está no âmbito do coletivo.

O desafio é, então, nos colocarmos em contato com práticas plurais de leitura e escrita, que nos possibilitem dimensionar e operar com as mais diversas condições de produção e de circulação do texto. Assim, estaremos, como sujeitos letrados, mais propensos a protagonizar o espaço social do qual participamos.

¹Doutora em Linguística – UFMG / Professora na Nova Faculdade
² Mestre em Educação – UFMG / Professora na Nova Faculdade