Data de publicação: 18-03-2014 00:00:00

Educação inclusiva no Brasil: um desafio, uma busca...

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

Foto: Ilustração Cayo Ogam

¹Cristina Cheib
²Ricardo Ferreira Medeiros
³Vilmar de Carvalho Vilaça

No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, (MEC, 2007) na perspectiva da Educação Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a todos os alunos com algum tipo de deficiência (mental, física, surdos e cegos), com transtornos globais do desenvolvimento.

Quando se fala em educação inclusiva, uma das grandes dificuldades elencadas está na falta de preparação que os docentes enfrentam para lidar com um público que requer atenção especial, traduzida em necessidade de uma formação especializada e na falta de algumas condições elementares dos alunos para seu desenvolvimento nas escolas regulares. O que vemos é que esses alunos estão inseridos no ambiente escolar, mas faltam estratégias para lidar com essa situação.

O movimento de defesa da inclusão não é fruto de discussões oriundas da escola, mas de discussões na sociedade civil. É possível, então, considerar que as escolas, grosso modo, não têm participado ativamente dessas discussões, sendo às vezes, surpreendidas. Paradoxalmente, a escola é o lugar, por excelência, para que discussões acerca da inclusão sejam levadas adiante, uma vez que é ela a responsável por cuidar da educação formal das crianças que, longe dela, seriam considerados indivíduos fora do eixo da “normalidade”.

No momento em que se considera que a diversidade é uma característica inerente da espécie humana, forçoso se faz pensar que a escola também deva considerar a normalidade das diferenças e se adaptar para lidar com elas. Não apenas no universo estrutural, mas também no comportamental.

Pensar a educação de forma inclusiva é, portanto, considerar que todos os alunos são sujeitos ativos no processo de ensino e aprendizagem. Para isso, a escolas de ensino regular precisam considerar a necessidade de contribuir para o desenvolvimento pessoal de todos, sem distinção.

Certamente uma série de mudanças deveria ser experimentada pelas escolas: práticas pedagógicas coletivas e multifacetadas; estratégias de ensino dinâmicas e flexíveis, além de mudanças relacionadas à estrutura e ao funcionamento da escola.

A escola inclusiva não faz distinção entre os seres humanos, no entanto, a comodidade sugere um mundo de padronizações, uma vez que ela continua a ser um espaço de promoção e construção de conhecimentos pouco significativos, formalizados e formatados, onde há pouca relação entre o que se busca ensinar com o que se vivencia fora das salas de aula.

Hoje, acredita-se, não se deve discutir a inclusão. Ela deveria ser um pressuposto, uma situação completamente normal e amplamente valorizada em todos os níveis. As escolas que não consideram o deficiente como um indivíduo pleno e íntegro, certamente, não estarão contribuindo para o desenvolvimento da autonomia a que todos os indivíduos têm, por lei, garantido.

A escola inclusiva, então, não seria um lugar meramente adaptado, considerando sua estrutura, àqueles que nela aportam. Seria um lugar, fundamentalmente vivo e pulsante para que a inclusão seja considerada em todos os seus matizes, tanto no nível orgânico / estrutural como também no nível intelectual, social e, principalmente ideológico. Certamente, não seria uma inclusão com vistas às padronizações de ideias, tão comuns nos dias que correm, mas seria uma inclusão em que as vozes de todos pudessem ser ouvidas e consideradas.

¹Mestre em Educação; Professora de Regime Parcial e Coordenadora do Núcleo de Extensão da Nova Faculdade; Contagem; Minas Gerais; Brasil.

²Especialista em Metodologia de Ensino da Matemática; Professor de Regime Parcial e Coordenador dos Cursos de Administração e Ciências Contábeis; Contagem; Minas Gerais; Brasil.

³Mestrando em Educação pela PUC Minas e Especialista em Aprendizagem Cooperativa – UCB Brasília. Professor de Língua Portuguesa, licenciado pela UFMG, e Coordenador do Núcleo de Extensão da Nova Faculdade; Contagem; Minas Gerais; Brasil.

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