Data de publicação: 21-03-2014 00:00:00

A Família e a Escola na Formação Ética

Academia Equilíbrio Funcional

Foto: Divulgação

¹Luis Roberto Sousa Mendes
²Alexandre C. de Oliveira Melo
³Waldrê Tassini

Cuidar da formação ética das crianças e dos adolescentes é se preocupar com a formação de valores humanos, que as predisponham a promover a harmonia não só com as demais pessoas, mas com toda a natureza.

Presenciamos crescer entre nós a violência, a indiferença, a mentira, o “tirar vantagem em tudo”, a discriminação, a intolerância, o desprezo. A sociedade humana se corrói em contravalores que estão tomando proporções assustadoras. As pessoas já quase não se olham mais. Em tempos de altos índices de desemprego, o outro, muitas vezes, não passa de um concorrente que ameaça o “meu posto”. Enfim, as relações estão muito desgastadas. 

BOFF (2002:33) nos sugere uma prática muito interessante para o resgate de nossas relações, a fim de torná-las mais humanas. Ele diz que “o que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”.

É necessário e urgente resgatarmos a dimensão do cuidado uns com os outros. Nada é mais humano que a atenção prestada àqueles com quem convivemos. Atenção que se expressa de diversas formas como, por exemplo: diante de uma sociedade em que se vivencia o individualismo, o Cuidado-Atenção é expresso na solidariedade, no companheirismo; numa sociedade em que se prega a busca do enriquecimento e de posses materiais, o Cuidado-Atenção é expresso na justa partilha-acesso a que todos têm direito. Assim, tais valores humanos se tornam mais que uma necessidade: se fazem um dever se quisermos começar a mudar as estruturas injustas e desiguais de nossa sociedade.

A família, em que o papel de autoridade é representado nos pais e/ou responsáveis legais, vive nos dias de hoje uma situação por demais complexa: o que deve ensinar aos seus filhos em um mundo que distorce, a todo momento, os valores humanos básicos? Sabemos bem que a família, enquanto instituição humana, e talvez a mais antiga de todas, se constitui o espaço inicial para a formação dos valores que acompanharão a pessoa por toda a vida, dentre eles, os valores morais. É o que afirma VELOSO (2001:71), quando diz que “a educação que conduz a criança, o adolescente e depois o jovem à sua maturidade começa no interior da família, que permanece o lugar privilegiado da educação. Ela é o primeiro espaço educacional da pessoa humana”.

A criança, como se encontra na condição de “descobridora do mundo”, ou seja, quer conhecer e entender tudo o que a cerca, está sempre testando não somente os seus limites, mas os dos outros com quem convive. Dessa forma, deve haver um grande esforço dos pais no sentido de satisfazer as curiosidades dos filhos, porém sempre ao seu nível de compreensão, ou seja, a cada idade, uma resposta gradativamente substanciosa deve ser dada às questões elaboradas pelas crianças de forma que lhes seja compreensível. Uma criança nunca deveria ficar sem respostas adequadas às suas dúvidas/questionamentos, pois, tais respostas são extremamente necessárias para a construção de sua “estrutura de mundo”.

Dessa forma, podemos perceber quão grandioso é o papel da família na formação dos valores éticos das crianças. Mas, atualmente, a instituição familiar tem passado por uma grande crise. Muitas vezes, a desestruturação da família tem ocorrido devido ao despreparo psicológico dos pais para assumir a maternidade/paternidade; ao desemprego que leva a uma situação financeira precária; à influência negativa que os meios de comunicação social, principalmente a televisão, têm exercido sobre as relações interpessoais nos lares, etc.

Esses são alguns dos problemas que acabam se ramificando em muitos outros e que vão minando a estrutura familiar, colocando-a nessa grave crise. Por que não dizer, uma crise de valores e de identidade. Por isso, muitas vezes, a família transfere grande parte de sua responsabilidade para com a educação dos filhos para outra instituição social: a escola. É o que nos afirma VELOSO (2001:71), quando diz que “a família, muitas vezes às voltas com as mais diversas dificuldades, não tem como atender sozinha a todas as exigências educacionais, daí as instituições particulares ou públicas para esta complementação. A exigência é a mesma: séria formação escolar com uma profunda formação integral da pessoa”.

¹Doutor em Filosofia e Professor da Nova Faculdade
²Mestre em Administração e Professor da Nova Faculdade
³Especialista em Contabilidade e Professor da Nova Faculdade

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