Foto: Divulgação
¹Isamara G. M Coura
²Daniele Rezende Silva
A violência sexual em crianças e adolescentes é uma triste realidade que tem sido relatada desde a Antiguidade. Esta situação é descrita em livros sobre a vida dos césares, mostrando que o imperador romano Tibério tinha inclinações sexuais por crianças.
A situação da criança era ainda agravada pelo fato da mesma não ter papel social relevante e os relatos de abuso sexual eram considerados fantasias ou até mesmo mentiras das vítimas. A relevância social da criança se inicia a partir do século XVIII.
Séculos se passaram e a violência sexual à crianças e adolescentes continua assombrando famílias, autoridades, profissionais da saúde e principalmente as próprias vítimas. Permanecendo como sendo um triste assunto atual.
Estudos mostram que crianças de todas as faixas etárias são vitimizadas e que os agressores são pessoas conhecidas, com maior frequência pais e padrastos, sendo significativa a incidência de tios, irmãos mais velhos, amigos ou vizinhos que fazem parte do convívio da criança.
As sequelas podem variar dependendo de fatores como o número de agressores, a duração do abuso, a relação com o agressor, o emprego da força, a idade em que se iniciou os atos de violência e a frequência.
A violência sexual é uma situação muito grave pois repercute na saúde física da criança, desde o risco de contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis, entre elas o HIV, até a gravidez indesejada; além de também repercutir na saúde mental da criança.
Mudanças súbitas e extremas, tais como distúrbios alimentares e afetivos, comportamentos agressivos ou de autodestruição e pesadelos, podem ser observados em crianças e adolescentes em situação de abuso sexual.
Outros sintomas também podem ser observados como medo, perda de interesse pelos estudos e brincadeiras, dificuldades de se ajustar, isolamento social, déficit de linguagem e aprendizagem, distúrbios de conduta, baixa auto-estima, fugas de casa, uso de álcool e drogas, ideias suicidas e homicidas, tentativas repetidas de suicídio, automutilação e agressividade.
A dificuldade em fixar memórias relativas ao abuso pode estar presente em crianças menores, entre 3 e 10 anos de idade. Portanto, o cuidado com as crianças e adolescentes se inicia em casa.
Pais e responsáveis devem ficar atentos ao comportamento dos filhos que podem estar pedindo socorro por meio de manifestações não verbalizadas. A violência sexual à criança e ao adolescente deve ser denunciada para que as autoridades tomem as devidas providências e para que os profissionais de saúde possam oferecer apoio e tratamento para a vítima e sua família.
¹Formada em História e Mestre em Educação pela UFMG. Professora da Nova Faculdade e Faculdade Pitágoras Betim.
²Formada em Enfermagem e Mestre em Enfermagem pela UFMG. Professora da Nova Faculdade e Faculdade Pitágoras Betim.