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Wasney Ferreira*
Os brasileiros, sobretudos os jovens, que nasceram a partir da década de 1990, possuem grandes dificuldades em perceber que o Brasil contemporâneo é um país comunista. Num primeiro momento, para os leigos, isso aparenta ser algo positivo, pois sugere igualdades sociais, raciais, de classes e de gêneros, o que se aproximaria dos ideais liberais. Entretanto, o comunismo brasileiro, camuflado em supostas políticas de inclusão social e de democracia, assemelha-se profundamente aos regimes fascistas do século XX.
Isso se justifica pelo fato de que as “migalhas que caem” do poderoso Estado brasileiro, centralizador, controlador e absolutista, não conseguem suprir nem mesmo as necessidades básicas da classe média. Afinal, quem consegue pagar tantos impostos e taxas para manter um Estado corrupto e ter uma vida, literalmente, medíocre e sem perspectiva futura?
A ideologia do fascismo pode ser compreendida da seguinte forma: uma vareta fina de madeira, se isolada e separada, é facilmente quebrada, mas um conjunto de varetas finas, em conjunto, um facho, é forte e resistente. Além disso, o fascismo apresenta algumas características peculiares, como a centralização do poder e o controle absoluto que o Estado exerce sobre tudo e todos.
Como se pode notar, há muitas similaridades entre o comunismo e o fascismo, sendo que alguns pesquisadores, inclusive, consideram o comunismo como uma forma de fascismo. Em outras palavras, os comunistas brasileiros (que não são apenas os partidos políticos A ou B, mas todos!) utilizam expressões socialmente valorizadas, como “igualdades sociais”, “direitos humanos” e “democracia”, mas com a finalidade real de obter o poder do Estado e controlar tudo e todos. Em outras palavras, a Constituição de 1988 é um verdadeiro “presente grego”, um “cavalo de Troia”, pois foi uma maneira de literalmente entregar o Brasil nas mãos de uma minoria.
Quem já leu a Constituição de 1988, ou pelo menos partes dela, deve ter ficado estupefato com os valores humanísticos, como a “universalidade”, a “equidade”, a “integralidade”, a “solidariedade” e a “gratuidade” de vários serviços públicos, como saúde e educação. De fato, respeitar as diversidades sociais, raciais, religiosas e de gêneros é indispensável para a vida em sociedade, o que também é defendido em Estados Liberais. No entanto, o mais importante, que não está escrito na Constituição de 1988, mas que se percebe nitidamente com o estudo aprofundado dos regimes comunistas, é que o Estado brasileiro seria dono de tudo e de todos.
Em outras palavras, todos os brasileiros terão direito “gratuito” à saúde, à educação, ao lazer e a outros serviços públicos (isso não parece ser bom?), mas o Estado será dono do petróleo, dono da Amazônia, dono dos rios, dono dos mares, dono das montanhas, dono do ar, dono do subsolo, dono dos parques ecológicos, dono das linhas férreas, dona da cultura, dono do lazer, dono até mesmo dos servidores públicos.
Como se pode notar, a Constituição Brasileira de 1988 apresenta fortes características comunistas (e, senão, fascistas!), pois coloca tudo e todos no poder e no controle absoluto do Estado. A Petrobras foi criada por Getúlio Vargas, um fascista e ditador, para deter o poder e o controle sobre o petróleo; a Cemig, para “abocanhar” a gestão da energia elétrica; a Copasa, para “sugar” a água e o saneamento; os Correios, para “agarrar” as correspondências e encomenda.
Enfim, sem falar do poder e do controle do Estado brasileiro sobre as rodovias, os meios de transporte, a cultura, o lazer, os hospitais, as universidades, as escolas, os recursos minerais e vegetais. Em resumo, o Estado brasileiro é literalmente dono de tudo e de todos, inclusive das casas, dos carros e das empresas privadas, pois quem não paga IPVA, IPTU, IR e outros impostos pode ter seus bens penhorados pelo Estado. Obviamente, o Estado não é um ser vivo com vida própria, mas composto por seres humanos, que, em diferentes graus que vão do presidente ao servidor público da limpeza, possuem regalias e benefícios quando comparados aos cidadãos comuns.
Agora, começamos a compreender melhor por que muitos analfabetos querem ser vereadores, por que muitos cidadãos querem fazer concursos públicos, por que muitos “altruístas” querem criar ONGs, instituições sociais e sindicatos. Ademais, não há necessidade em relembrar dos salários e benefícios exorbitantes de deputados, senadores, juízes e desembargadores, que, obviamente, são favorecidos pelo Estado comunista de que fazem parte.
A lógica é simples: sejam comunistas, façam parte do facho, sejam propriedade do Estado, mas o deixe ser dono de tudo e de todos, porque senão terão as suas vidas pessoais e profissionais arruinadas. O Estado não vai, por exemplo, aprovar filmes e exposições de arte que não sejam comunistas, pós-modernas e relativistas, mas apenas filmes como “Lula, O Filho do Brasil” (culto à imagem de líderes é outra característica de regimes fascistas!).
Para finalizar, gostaria de destacar que não existe saída para o Brasil, tanto em termos políticos quanto econômicos, sociais e culturais, que não seja senão a destruição do Estado brasileiro: a remoção de seu poder e controle absolutos sobre tudo e todos. Para isso, inevitavelmente, seria necessária a construção de uma Nova Constituição, realmente liberal e democrática e considerar o comunismo como um crime equivalente, senão pior, ao fascismo.
Entretanto, todos os partidos políticos brasileiros, sem exceção, sem exceção alguma, são essencialmente comunistas, pois todos querem reger o poderoso Estado (ou, pelo menos, alternar no comando!) para que tenham controle e poder absolutos sobre tudo e todos. Enfim, o jeitinho brasileiro nos surpreende até mesmo na Constituição de 1988, pois criou uma nova modalidade de política: o fascismo à brasileira.
*Doutor em saúde pública, mestre em linguística e psicólogo
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