Um suspeito de participar de um esquema de venda de diplomas pela internet foi preso em flagrante na última terça-feira (7), em Belo Horizonte. Carlos Roberto de Oliveira, de 34 anos, foi detido em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
A prisão ocorreu por falsificação de documentos. Segundo a corporação, Oliveira estaria agindo com Thiago Dutra D’Ângelo, de 28 anos, preso preventivamente em 19 de dezembro último.
A PCMG chegou até a dupla depois de uma denúncia sobre a suposta venda de diplomas de escolaridade em sites e redes sociais. As investigações tiveram início em agosto do ano passado.
“Propaganda” online
No Facebook, os suspeitos mantinham vários perfis com os nomes “Thiago Diplomas”, “Diploma Rápido”, “Diploma Certo BH”, “Escola Supletivo”, “Diplomas e Certificados”, “Rei dos Diplomas” e “Educacional Diplomas” para atrair compradores.
Conforme informado pela polícia, D’Ângelo negociava os diplomas por telefone e aplicativos de mensagens instantâneas. Os documentos falsificados tinham preços variados, de acordo com a escolaridade. Os de nível superior custavam R$ 2 mil; os de nível técnico, R$ 800; e os de nível médio, R$ 600.
“Os suspeitos usavam, ainda, de forma indevida, marcas de conhecidas instituições de ensino para dar credibilidade ao negócio”, disse a delegada responsável pelo inquérito, Renata Fagundes.
Detenção
Na casa do suspeito preso no ano passado, a PCMG encontrou cadernos e listas com a contabilidade do negócio ilegal e nomes clientes. Na casa de Oliveira, foram apreendidos diplomas, históricos escolares e declarações de escolaridade falsos que ainda seriam entregues.
Carimbos de certificação dos documentos, comprovantes de depósitos bancários e outras cadernetas com nomes de compradores também foram localizados. “Podemos ter pessoas trabalhando em setores sem nenhuma qualificação, representando uma ameaça à saúde e à segurança dos cidadãos”, ressaltou o chefe do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes, Márcio Lobato.
Os suspeitos podem responder por falsificação de documentos públicos, cuja pena prevista é de dois a seis anos de prisão. Oliveira pode responder, ainda, por petrechos de falsificação, com pena de um a três anos.
De acordo com a polícia, as investigações continuam para identificar as pessoas que teriam comprado os documentos e se elas os utilizam. Elas podem responder por uso de documento falso, com reclusão de dois a seis anos, e multa.