Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, bispo suxiliar recém-chegado de São Paulo, celebrou a 41ª Missa em homenagem a São José Operário, realizada na Praça Antônio Mourão Guimarães, na manhã deste 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
Fiéis de várias paróquias da região lotaram o último quarteirão da avenida Dr. Antônio Chagas Diniz, que dá acesso a Contagem pelos bairros Inconfidentes e Eldorado.
Dom Otacílio explicou que a homenagem a São José Operário é uma homenagem, também, a cada trabalhador. “Nós, bispos, não podemos ficar indiferentes. Os trabalhadores precisam ser ouvidos, porque a vida humana é sagrada e vivemos momentos difíceis. Por isso, precisamos fortalecer as pastorais sociais, um trabalho que deve ser assumido por todo o povo de Deus”, ressaltou.
Com aproximadamente 14 milhões de desempregados no Brasil atualmente, o padre destacou a importância do trabalho para a dignidade humana.
Na liturgia, o bispo auxiliar disse que o trabalho é uma forma de continuarmos a criação de Deus e que a sacralidade do trabalhador não pode ser esquecida. “São José Operário, por meio do ofício de carpinteiro, manteve a Sagrada Família e foi na oficina de carpintaria que Jesus aprendeu a importância do trabalho. Nesses momentos difíceis, precisamos ter fé, intensificar a caridade, oferecendo a razão da nossa esperança”, concluiu Dom Otacílio.
Manifetsações
Durante a cerimônia, fiéis, sindicalistas e ativistas empunhavam cartazes e faixas protestando contra a terceirização e as reformas trabalhistas e da previdência.
Paulo Bossi, de 75 anos, há muito tempo faz um protesto solitário a favor dos aposentados. Ele expôs banners com recortes de jornais que identificam políticos que ao longo do tempo votaram contra medidas que poderiam melhorar as condições de vida dos pensionistas e aposentados.
Alguns políticos presentes na celebração se incomodaram com o protesto. Bossi afirmou que se aposentou após 30 anos de trabalho com um rendimento de mais de cinco salários mínimos e, atualmente doente, sobrevive com apenas dois salários.