Durante a reunião de revisão do Plano Diretor da Regional Vargem das Flores, realizada no último sábado (29), no Centro de Acolhimento Chiara Palozalli, em Nova Contagem, a criação de um centro industrial foi colocada em discussão por representantes da prefeitura.
Outras reuniões de pré-conferência de Política Urbana e Audiência Pública para revisão do Plano Diretor Participativo de Contagem aconteceram simultaneamente nas demais regionais da cidade: Eldorado, Industrial, Nacional, Petrolândia, Regional Ressaca, Riacho e Sede.
A reunião da Regional Vargem das Flores contou com a presença de representantes da comunidade local, da administradora regional, Kátia Bordoni, do vereador Capitão Fontes e dos secretários de Desenvolvimento Econômico, Renê Vilela, Desenvolvimento Urbano, José Roberto Garbasa, e Desenvolvimento Social, Rodinei Ferreira.
José Roberto Garbasa sugeriu a formação de quatro grupos para discutir quatro temas específicos: atividades urbanas e macro zoneamento; mobilidade urbana; regularização fundiária e habitação e equipamentos urbanos.
O secretário de Desenvolvimento Urbano afirmou que a revisão do Plano Diretor deverá ser feita com a participação da população, a fim de planejar a cidade para os próximos 20 e 30 anos.
“Nos últimos anos, as ocupações desordenadas têm acontecido em toda região. Mas acreditamos que seja possível promover um equilíbrio e os desenvolvimentos urbano, econômico e social oferecendo saúde, educação e, dentro da possibilidade, reparar parte do que foi degradado no meio ambiente”, explicou José Roberto Garbasa, que fez questão de informar que vive na cidade. Ele prometeu se dedicar para promover a regularização fundiária das ocupações irregulares.
Áreas rurais
Durante a reunião, chegaram a sugerir discutir em separado as questões das áreas rurais, mas o secretário de Desenvolvimento Econômico afirmou que áreas rurais da cidade são quase inexistentes.
Renê Vilela disse que por muitos anos a região de Vargem das Flores foi considerada intocável. Segundo ele, isso não impediu a proliferação das ocupações irregulares e a degradação de boa parte da Mata Atlântica.
“Afirmo com muita convicção que é possível e necessário promover o desenvolvimento econômico de toda região protegendo o meio ambiente. Atualmente, são 45 ocupações irregulares que foram desmatadas, loteamentos onde pessoas vivem sem esgoto e sem nenhuma infraestrutura. A Copasa mal atende os bairros regulares, muito menos essas ocupações. Dois terços da área rural de Contagem foram parcelados e ocupados ilegalmente prejudicando as nascentes que deveriam recarregar os mananciais”, explicou.
Ainda segundo Vilela, a proposta apresentada pelo governo foi muito bem aceita pelos grupos que participam dessa revisão do Plano Diretor.
“A nossa ideia é atrair comércios, serviços e indústrias 4.0 que não poluem e não causem nenhum prejuízo aos mananciais. Empresas que sejam capazes de promover a inclusão social e econômica da população de Vargem das Flores. Com o aval da população e da Câmara Municipal, vamos promover o desenvolvimento da região de forma sustentável: social, ambiental e econômico”, concluiu Renê Vilela.
Regional Vargem das Flores
De acordo com a administradora regional, Kátia Bordoni, a reunião foi muito proveitosa e a população se sentiu valorizada por ser ouvida e participar das discussões.
“A nossa regional, sobretudo Nova Contagem, tem muita mão de obra disponível não aproveitada pelos demais centros industriais e comerciais da cidade. Isso acontece devido à distância e à deficiência do transporte público, que também deverá ser repensado. Desde janeiro, nos reunimos com as lideranças locais e essa é a oportunidade de reordenarmos a região e gerarmos empregos e renda para a população atravépor meio de empresas que não poluam o meio ambiente”, enfatizou Bordoni.
Representantes da comunidade
Foram escolhidos quatro delegados e quatro suplentes para participar das conferênciais que vão acontecer. Todos os grupos produziram textos propondo melhorias para a região.
O técnico de meio ambiente e suplente de delegado Honorato José de Melo Neto afirmou que o papel dos cidadãos é fundamental para a preservação das áreas verdes da cidade.
“O pessoal está dedicado, quer participar, preservar e até ajudar a recuperar parte do meio ambiente degradado. Recentemente, a represa de Várzea das Flores chegou a 17% da capacidade e a culpa não foi somente da falta de chuvas, mas da degradação das nascentes. Os secretários estão empenhados e prometem intensificar a fiscalização para que outras nascentes não sejam destruídas. Nem sempre o poder público é o culpado, o cidadão não pode jogar lixo onde bem quiser. É preciso ter consciência, proteger e preservar o meio ambiente”, finalizou o técnico Melo Neto.