Foto: Polícia Civil/Divulgação
Um estelionatário suspeito de aplicar dezenas de golpes por meio do Convênio de Profissionais Liberais do Estado de Minas Gerais (Ceplemg) foi apresentado pela Polícia Civil (PCMG) nesta terça-feira (6).
Elvis da Silva Pereira, de 27 anos, era diretor da entidade e se apresentava como policial civil, advogado e jornalista. Ele foi preso no último sábado (3) por falsificação de documentos público e particular, falsidade ideológica, estelionato e estupro.
De acordo com a polícia, o Ceplemg vendia a promessa de uma associação que garantia acesso a serviços médicos, odontológicos, de reboque e de advocacia. Os valores das mensalidades variavam de R$ 75 a R$ 600, atraindo, principalmente, a população de baixa renda. Mas os associados eram enganados por Pereira.
"De acordo com o contrato, mesmo que as pessoas estivessem com o pagamento em dia, todo pedido de serviço ficava sujeito a uma análise técnica que era feita pelo próprio suspeito. Nessa análise, ele inventava as desculpas mais estapafúrdias para reprovar o serviço requisitado”, explicou o delegado Rodrigo Baptista Damiano.
Investigações
Segundo a PCMG, as investigações tiveram início depois de uma denúncia feita por um cliente. “Certo dia, a vítima precisou de atendimento e, como não obteve, foi até o escritório do Ceplemg para reclamar. Lá, o suspeito se apresentou como policial civil, dizendo que do lado de fora estavam mais dois policiais, e obrigou a vítima a praticar ato libidinoso com ele. Depois, o suspeito disse que havia filmado tudo e divulgaria as imagens, caso fosse denunciado. A vítima chegou a pensar em tirar a própria vida, mas procurou a Polícia Civil. A partir daí, começamos a investigar o suspeito e a entidade”, disse Damiano.
Outra função falsamente desempenhada por Pereira era a de investigador federal. Ele oferecia aos clientes quebra de dados de aplicativos de relacionamento e de conversas no WhatsApp – que atualmente são criptografadas.
“É extremamente importante que as vítimas desse suspeito procurem a delegacia mais próxima ou a própria 4ª Delegacia de Polícia Civil Centro para fazer o registro da ocorrência, considerando que outras pessoas podem ter sido lesadas”, afirmou o delegado da Regional Centro, Marcelo Cali.
Além do mandado de prisão, a PCMG cumpriu mandados de busca e apreensão e recolheu diversos documentos, dois computadores e um Renault Mégane.
Falsificação
Elvis Pereira já havia ganhado destaque em rede nacional ao aparecer no programa “CQC”, da Bandeirantes, há aproximadamente três anos. Na época, a equipe de reportagem procurou o suspeito a fim de esclarecer uma “nota oficial” publicada por ele em nome da emissora em um jornal local de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O programa havia denunciado irregularidades na gestão do prefeito do município e Pereira falsificou um texto de pedido de desculpas pelas denúncias feitas pelo “CQC”. Ao ser abordado pelo repórter Oscar Filho, o suspeito fugiu correndo.