Foto: TJMG/Divulgação
O homem conhecido como “maníaco de Contagem” foi condenado pela quinta vez, nesta quarta-feira (7), pelo estupro e pelo assassinato da comerciante A.F.P., de 39 anos. O julgamento de Marcos Antunes Trigueiro aconteceu na Câmara Municipal de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
O réu recebeu uma condenação de 30 anos e cinco meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, estupro e furto. O júri popular durou seis horas. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por ser uma decisão de primeira instância, ainda cabe recurso.
O juiz José Honório Rezende considerou a personalidade "cruel e perversa" de Trigueiro ao dosar o tamanho da pena de reclusão. Foram aceitas todas as qualificadoras no crime contra A.F.P.: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e tentativa de garantir a impunidade de crime anterior (matar para ocultar o estupro).
Questionado pelo magistrado, o acusado disse que não tinha nada a dizer sobre os crimes nem em sua defesa.
Argumentos
A promotora Manuela Xavier rechaçou a tese da defesa de que Trigueiro seria doente mental. "Nunca teve crise, nunca surtou, mas depois que foi preso alega loucura. O problema é de caráter. E a solução para isso é a cadeia. O sadismo dele era tanto que ele sentia prazer com a morte", disse.
Já o advogado Rodrigo Randazzo alegou que a acusação buscava apenas o aumento da pena, que passa de 150 anos na soma de todas as condenações já recebidas pelo réu. "Não é a finalidade, não é a eficácia da aplicação da pena. É como se fosse um concurso público, o que importa é aumentar a nota", argumentou.
Relembre a história
A comerciante A.F.P. estava no carro dela, no bairro Lindeia, na capital, quando foi abordada por Trigueiro, em janeiro de 2009. Ele teria simulado um assalto e a obrigado a dirigir até Sarzedo, na Grande BH. Após estuprar a mulher, ele a estrangulou, provocando a morte por asfixia. Depois, o acusado escondeu o corpo da vítima e assumiu a direção do veículo dela, antes de abandoná-lo em Contagem e fugir.
Marcos Trigueiro é réu confesso de uma série de crimes cometidos na RMBH em 2009 e em 2010. A.F.P. teria sido a primeira vítima do “maníaco de Contagem”, segundo o Ministério Público.
Ele já foi condenado a 34 anos e 11 meses pelo estupro e morte de A.C.M.A.; a 28 anos pelo estupro e morte de M.H.L.A.; a um ano e seis meses pelo furto de um som; a 36 anos e nove meses de reclusão em regime fechado pelo estupro, assassinato e furto do celular de E.C.O.F.; e a 31 anos, oito meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente fechado por manter conjunção carnal e, ao final, matar N.C.A.A.
A esposa de Trigueiro também chegou a ser presa no início da investigação, mas foi liberada ao ser comprovado que ela não tinha conhecimento do que o marido fazia. Eles mantiveram o casamento e a mulher faz visitas regulares ao Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, onde ele está detido.