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Manifestantes completam duas noites consecutivas acampados na porta da prefeitura de Belo Horizonte. Desde a última terça-feira (25), famílias da Ocupação Professor Fabio Alves buscam diálogo para que não sejam despejados.
Os manifestantes querem a abertura de diálogo com o prefeito de BH Alexandre Kalil, para que seja realizado o cadastro das famílias da ocupação que fica divisa dos bairros Novo Tirol e Marilândia, na região do Barreiro.
O diálogo e o cadastro são alternativas que as famílias buscam para que não haja o despejo. O terreno da Ocupação Professor Fabio Alves tem 72 mil m² e estava abandonado a mais de 30 anos. Há cerca de dois anos 700 famílias ocuparam a área, e hoje existem aproximadamente 500 construções de alvenaria.
Segundo o coordenador da ocupação Lacerda Santos, o terreno fazia parte do distrito industrial do Jatobá, foi doado a empresários para a construção de empresas e depois foi repassado terceiros irregularmente.
“Despejo é crime, durante a pandemia é crime hediondo”, desabafou Lacerda. As famílias reclamam a falta de interesse do prefeito Alexandre Kalil que se recusa em negociar.

Nessa quarta-feira (26), após a realização de assembleia, as famílias optaram por permanecerem acampados na porta da prefeitura mais uma noite. As famílias continuam aguardando retorno da prefeitura em relação a um posicionamento do judiciário em relação ao despejo neste momento de pandemia.
Sem outra opção, os manifestantes permanecem acampados revezando as famílias por causa do frio intenso das últimas madrugadas. “As famílias temem que a qualquer momento, o despejo possa acontecer. Temem ficarem expostas as situações de rua em um momento tão difícil que passam durante a pandemia”, explicou Lacerda Santos.
Em nota a Prefeitura de Belo Horizonte disse que se sensibiliza com os moradores e espera que os órgãos evolvidos na ação evitem o cumprimento de reintegração de posse neste momento de pandemia, mas ressaltou que o município não faz parte desse processo.