Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
AGÊNCIA BRASIL
O Auxílio Emergencial será prorrogado em mais quatro parcelas de R$ 300. O anúncio foi feito nesta terça-feira (1º) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele se reuniu pela manhã com ministros e parlamentares da base do governo, no Palácio da Alvorada, para alinhar as próximas ações na área econômica.
O auxílio é destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados como forma de dar proteção emergencial durante a crise causada pela pandemia da Covid-19. O benefício começou a ser pago em abril e foi estabelecido em três parcelas de R$ 600.
Em junho, por decreto, o governo prorrogou o benefício por mais duas parcelas, no mesmo valor. E, agora, com mais quatro parcelas, em valor menor, o benefício vai se estender até o fim do ano.
“O valor [R$ 600], como vínhamos dizendo, é muito para quem paga e podemos dizer que não é o valor suficiente para todas as necessidades [das famílias], mas basicamente atende”, disse Bolsonaro em declaração à imprensa após a reunião.
Reforma administrativa
Durante a reunião, também ficou acertado que, na quinta-feira (3), o governo vai encaminhar o projeto da reforma administrativa ao Congresso, que terá como base a meritocracia. Bolsonaro destacou que a medida não atingirá os atuais servidores públicos, apenas os futuros concursados.
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, a retomada das reformas é uma importante sinalização do compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e o enfrentamento da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19.
“Então, a reforma administrativa é importante, não atinge os direitos dos servidores públicos atuais, mas redefine toda a trajetória do serviço público do futuro, um serviço público de qualidade, com meritocracia, concursos exigentes e promoção por mérito. Estamos não só com os olhos na população brasileira a curto prazo, mas toda a classe política está pensando no futuro do país e implementando as reformas”, disse o ministro.
De acordo com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, Bolsonaro já comunicou as decisões desta terça-feira aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Bezerra adiantou ainda que o programa de distribuição de renda do governo, chamado de Renda Brasil, também entrará em discussão em breve.
“Existe, hoje, uma sintonia muito boa entre os poderes Executivo e Legislativo para que a gente possa retomar essa agenda de reformas que se iniciou no ano passado com a reforma da Previdência, e, agora, dá sequência com a reforma administrativa. Vamos tocar outras importantes reformas como a discussão do Renda Brasil, que vem após o Auxilio Emergencial, para que a gente possa apresentar o maior programa de solidariedade social da história do Brasil”, disse o senador.
Ajuda
Cerca de 4,4 milhões (6,5%) de domicílios brasileiros sobreviveram, em julho, apenas com a renda do Auxílio Emergencial pago pelo governo federal. Entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 124% do que seriam com as rendas habituais, conforme apontado por um estudo publicado na última quinta-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
A ajuda financeira também foi suficiente para superar em 16% a perda da massa salarial entre as pessoas que permaneceram ocupadas, segundo a análise que usa como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.