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Durante o primeiro encontro da IV Conferência de Política Urbana de Contagem, realizado na última quinta-feira (9), foi discutida a preservação das águas da cidade. Este é um dos tópicos de revisão do Plano Diretor de 2017, que extinguiu a zona rural na cidade e autorizou a ocupação na região da Bacia de Várzea das Flores. A autorização de empreendimentos na área acabou sendo suspensa neste ano.
A conferência aconteceu de forma virtual e contou com a presença do professor, doutor em Geografia pela UFMG e mestre em Planejamento Urbano e Regional pela University of Rhode Island, Rogério Palhares, do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Isnard Horta, e da representante do Movimento SOS Vargem das Flores, Cristina Maria Oliveira. Os demais participantes puderam enviar suas perguntas pelo chat.
Em sua fala, Rogério Palhares destacou os impactos da urbanização no meio ambiente e para as águas. O professor ressaltou ainda o fato de que a represa de Vargem das Flores é responsável por cerca de 15% do abastecimento de água potável na Região Metropolitana de Belo Horizonte e falou sobre sua preservação, no que tange também ao saneamento.
Isnard Horta afirmou, durante a conferência, que a manutenção das bacias hidrográficas como referência para uso e ocupação da cidade deve ser um dos pontos de atenção na revisão do plano diretor, bem como as microbacias ocupadas pelas vilas e a qualidade dos cursos d’água.
“Precisamos entender e aprender que, para obtermos resultados, há que se monitorar as bacias e defender as sub-bacias dentro destas no planejamento urbano e nos licenciamentos ambiental e urbanístico. E a Copasa deve ser o agente de saneamento e agente ambiental que possa definir onde serão os pontos de análise para melhorar a qualidade ambiental e da água desta cidade. E que os conselheiros do Conselho Municipal de Política Urbana, sociedade organizada, universidades e estudiosos possam acompanhar a qualidade dos nossos cursos d’água”, disse.
Já Cristina Oliveira abordou os desafios e necessidades da preservação hídrica na cidade. “É preciso uma mudança de paradigma para que as pessoas possam entender e defender a necessidade da permeabilidade da água no solo para que o ciclo se refaça. Devemos caminhar para ter a convivência pacífica com as águas. Não adianta dominar a natureza pois somos pequenos diante ela”, destacou.
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