Foto: Leo Bicalho
Nesta quarta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi homenageado com um retrato colocado na Sala dos Grandes de Minas, do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.
O reconhecimento histórico promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) reafirma a importância da cultura afro-brasileira no Brasil. A homenagem consagra o maior expoente do barroco nas Américas como símbolo da cultura e identidade brasileira.
O retrato oficial do artista negro Aleijadinho, uma obra em óleo sobre tela de Euclásio Penna Ventura, foi produzido no século 19. Agora o retrato figura ao lado de nomes como Santos Dumont, Juscelino Kubitschek e Tiradentes.
Aleijadinho é o primeiro negro a integrar este panteão, reforçando a contribuição do povo negro para a história e cultura de Minas Gerais e do Brasil.
De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, estava faltando o povo negro nessa sala.
“Por anos, esquecemos que Aleijadinho representa a própria identidade brasileira, sendo mestiço, filho de um português e de uma negra escravizada. Ele trouxe as feições negras para sua arte e fundou a primeira escola de arte barroca das Américas no século 18", disse.
O evento também contou com uma apresentação do Coral Vozes de Campanhã, do Quilombo de Justinópolis, Ribeirão das Neves.
Aleijadinho: O Gênio do Barroco
Nascido em Ouro Preto em 1738, Aleijadinho superou adversidades impostas pela escravidão e uma grave doença que lhe deformou o corpo para criar um legado artístico inigualável.
Entre suas obras mais conhecidas estão os Doze Profetas de Congonhas, reconhecidos como Patrimônio Mundial pela Unesco.
Mais do que um escultor, Aleijadinho é um símbolo de resistência, espiritualidade e transformação cultural. Ele mostra como a arte pode vencer barreiras históricas e sociais.
Fonte: Assessoria de imprensa