Foto: Otavio Magalhaes/Estadão - Nana Caymmi em 2003
Filha de Dorival Caymmi e dona de uma carreira marcada por interpretações emocionantes, considerada uma das maiores vozes do país, a cantora faleceu nesta quinta (1º), no Rio de Janeiro.
A informação do falecimento de Nana Caymmi foi confirmada por seu irmão, o músico Danilo Caymmi. A cantora havia completado 84 anos na última terça-feira (29), já em estado delicado de saúde, internada há cerca de nove meses.
Filha do lendário Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Dinahir Tostes Caymmi nasceu em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro. Foi a primogênita de uma família musical que também deu ao Brasil os irmãos Dori e Danilo, ambos músicos renomados.
Com uma trajetória marcada por intensidade, elegância e autenticidade, Nana se consolidou como uma das maiores vozes femininas da MPB, reconhecida pela dramaticidade e sofisticação nas interpretações.
Ao longo da carreira, Nana gravou canções de gigantes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Nascimento e Dorival Caymmi, sempre com uma entrega emocional profunda.
Sua discografia reúne 726 gravações registradas no Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), instituição que lamentou sua morte em nota oficial, destacando seu legado artístico inestimável.
Em entrevista de 1973, aos 32 anos, Nana se definia com a franqueza que a acompanharia por toda a vida:
“Nana Caymmi é uma senhora neurótica. Venho de uma família de dois compositores e dois intérpretes que muito me orgulham, onde a música é mais nossa vida que nosso ganha-pão.”

Nana Caymmi foi casada com Gilberto Gil por dois anos, entre 1967 e 1969 | Foto: Arquivo Estadão / Reprodução / CP
Nana enfrentava desde agosto do ano passado um quadro de arritmia cardíaca, tendo sido submetida a cateterismo e traqueostomia. Nesta semana, a equipe médica ainda realizou reposição de glicose e ajustes de medicação.
A morte da cantora encerra um capítulo fundamental da história da música brasileira, mas o legado de voz firme, presença intensa e repertório impecável, permanece vivo nas gravações, na memória afetiva dos fãs e nas gerações de músicos que Nana inspirou.
Fonte: ABI
Nota de pesar Ecad
O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) manifestou profundo pesar pelo falecimento da cantora Nana Caymmi, ocorrido nesta quinta-feira (01/05), aos 84 anos.
Neste momento de luto, a instituição se solidariza com os familiares, amigos e fãs da artista, cuja voz marcante e trajetória deixaram uma contribuição inesquecível para a música brasileira.
Dona de um timbre único e interpretações carregadas de emoção, Nana eternizou canções de mestres como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Milton Nascimento, consolidando-se como uma das grandes intérpretes da MPB.
Ao longo de sua carreira, registrou 726 gravações no banco de dados da gestão coletiva da música no país, compondo um acervo valioso e admirado por diferentes gerações.
Conforme estabelece a Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/98), os herdeiros da artista terão direito ao recebimento dos rendimentos gerados pelas execuções públicas de suas músicas por até 70 anos após sua morte ou a partir da morte dos autores parceiros, em caso de composições em coautoria.
Seguem as músicas mais tocadas por Nana Caymmi como intérprete nos últimos cinco anos (segmentos: Rádio, Casas de Festas e Sonorização Ambiental):


Nana Caymmi parte, mas seu legado musical permanece eterno nas ondas do rádio, nos palcos e nos corações de quem reconhece a arte como instrumento de emoção e verdade.
Ecad