Fotos: Divulgação
A categoria cobra soluções do Governo de Minas e denuncia paralisação de mais de 3.500 processos por falhas no sistema de validação da Ciretran. Nesta segunda-feira (2/6), despachantes de todo o Estado manifestaram em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte.
A manifestação foi organizada pelo Sindicato e pela Associação Profissional dos Despachantes Documentalistas de Minas Gerais (ADESDOC/MG) e reuniu profissionais de todo o Estado, que pedem providências imediatas da Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET).
Os despachantes reclamam do descaso do Governo de Minas com a categoria e com os cidadãos que enfrentam transtornos na transferência de veículos.
Segundo o presidente da ADESDOC/MG, Anderson Matheus, desde o dia 5 de maio, mais de 3.500 veículos não conseguem ser transferidos para os novos proprietários, devido a uma pendência no processo de vistoria.
“As vistorias são realizadas pelas Empresas Credenciadas de Vistoria (ECVs), mas os documentos apontados com ‘pendência de validação na Ciretran’, não são aceitos nas UAIs. Os processos travam nessa etapa e não são finalizados. Ficam parados, prejudicando milhares de pessoas”, afirma.

Fim da DRV piorou os atendimentos
O problema, segundo os despachantes, começou com o fechamento da Divisão de Registro de Veículos (DRV) que funcionava no bairro Gameleira.
A partir daí, toda a demanda passou a depender das empresas credenciadas para vistorias, que, apesar de aprovarem os laudos, não conseguem concluir os processos sem a validação da Ciretran, etapa que estaria enfrentando falhas graves.
“Com o fim da DRV, a estrutura que havia para conferir e finalizar os processos foi desmontada. Hoje, mesmo com a vistoria feita corretamente, o sistema trava e o CRV (Certificado de Registro do Veículo) não é liberado. Isso é um caos para o cidadão e para os profissionais do setor”, denuncia Anderson.
Problemas com veículos financiados
A situação afeta também quem compra veículos financiados. Os contratos bancários geralmente exigem que a transferência de propriedade ocorra em até 30 dias.
O não cumprimento desse prazo pode acarretar a antecipação das parcelas, aplicação de multas, cobrança de taxas adicionais e até bloqueio da documentação do veículo.
“É um problema gravíssimo. Já temos centenas de consumidores sendo penalizados, pagando por algo que não têm culpa. Estamos falando de um serviço essencial, que envolve o direito de propriedade”, alerta o presidente da associação.

Silêncio e omissão
De acordo com os manifestantes, a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito – CET nega que exista problema sistêmico, mesmo diante da paralisação de milhares de processos.
Já as empresas credenciadas reconhecem as dificuldades, mas evitam se pronunciar publicamente com medo de descredenciamento por parte do Detran-MG. Mas uma reunião com representantes do setor na Cidade Administrativa aconteceu, mas se alguma houve solução, ainda não foi divulgado.
“O próprio site do governo diz que a mudança foi feita para agilizar o atendimento, mas está acontecendo o oposto. A demanda só cresce, a CET diz que está resolvendo, mas não dá prazo, não apresenta medidas concretas. O resultado é que os processos continuam travados”, critica Matheus.
Próximos passos
Os despachantes prometem novas mobilizações caso o governo não apresente respostas rápidas e eficazes para o problema.
“Queremos apenas trabalhar e oferecer um serviço digno ao cidadão mineiro. Mas estamos sendo impedidos por uma estrutura falha e omissa. A transferência de veículos é um direito e precisa ser garantida com eficiência”, conclui o presidente da ADESDOC/MG.