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Sertralina, remédio essencial para tratamento de autismo e depressão, está em falta há meses. Pacientes enfrentam filas e saem de mãos vazias. A prefeitura diz que a aquisição está em andamento.
A população de Contagem tem enfrentado dificuldades recorrentes para encontrar medicamentos nas farmácias distritais do município.
Remédios de uso contínuo, como a Sertralina, utilizada principalmente no tratamento de depressão e por pessoas autistas, estão em falta há meses, segundo relatos de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na Farmácia Distrital Eldorado, funcionários confirmaram a ausência do medicamento, além da indisponibilidade de outros produtos essenciais como remédios para controle da asma. A frustração da população é não ter sequer uma previsão oficial de normalização do estoque.
“A gente sai cedo de casa, enfrenta fila, chega na farmácia e volta sem nada. Todo mês é a mesma coisa”, desabafa Ana Paula Queiroz, mãe de uma criança com autismo que faz uso da Sertralina.

A equipe de reportagem do Diário de Contagem questionou a Prefeitura de Contagem sobre o motivo da escassez e quais medidas estão sendo adotadas para garantir o direito à medicação gratuita.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o processo de aquisição da Sertralina está em andamento, mas explicou que o medicamento não integra a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), sendo incluído apenas na Relação Municipal de Medicamentos (Remune), cuja compra e distribuição dependem de recursos da própria prefeitura.
Enquanto a regularização não acontece, a Secretaria orienta a população a consultar a plataforma digital “Aqui Tem Remédio”, que exibe a lista de medicamentos padronizados e atualiza em tempo real a disponibilidade nas farmácias da rede pública de Contagem.

No entanto, essa alternativa tem sido insuficiente. Muitos usuários relatam que a busca pelo remédio é frustrante e acabam recorrendo às farmácias particulares. A Sertralina, por exemplo, custa em média R$25,00, valor que pesa no bolso de quem depende exclusivamente do SUS.
Em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), servidores chegaram a sugerir comprar o medicamento, já que o valor foi considerado “barato”. A resposta revoltou usuários. “Pode ser barato para quem recebe bem. Para mim, é uma escolha entre o remédio ou o arroz do mês”, declarou um morador da região do Nacional.
A falta no abastecimento da rede pública de saúde, afeta diretamente os mais vulneráveis e compromete tratamentos contínuos e essenciais.

Serviço:
Consulta da disponibilidade de medicamentos na rede municipal
Aqui Tem Remédio: www.aquitemremedio.contagem.mg.gov.br
Informações: 0800-000-0000 (SUS Contagem)