Data de publicação: 24-06-2025 01:05:00 - Última alteração: 24-06-2025 01:16:35

Córrego Maracanã antes e depois da avenida

Fotos: Divulgação

O Córrego Maracanã no leito natural com vegetação nas margens, apesar das intervenções humanas ao longo dos 113 anos. Antes das intervenções, a natureza fazia as escolhas para o equilíbrio ambiental e sustentabilidade da vida aquática. 

O Brasil é o primeiro em reserva de água doce do planeta, detém 12% do total. Mesmo assim, importa 270 mil toneladas de pescados por ano. 

A água não é valorizada enquanto alimento e produção de riquezas. A água é vista como mera vassoura de limpeza da sujeira da cidade. Esta cultura precisa mudar!

A Lei nº 12.651/2012 proíbe construções às margens dos córregos que são consideradas Áreas de Preservação Ambiental - APAs que determinam a distância de 15 metros das margens. 


Porém, as prefeituras julgam no direito de destruir as matas ciliares, matar toda forma de vida ali existente, flora, fauna, fungos e impermeabilizar o fundo de vale. 

Nos fundos de vales chegam todas as águas dos morros e ladeiras que naturalmente ladeiam os córregos. A sustentabilidade se dá a partir da existência da água, mas, os espelhos d'água têm sido considerados em terceiro plano. 

A população precisa se organizar e impedir a visão do atraso: cidade selva de pedra. Exigir que as áreas de Área de Proteção Ambiental - APA sejam preservadas e que não sejam locais de ruas, avenidas e sim parques lineares.

Uma vergonha ver que em pleno século XXI, prefeito e vereadores, destroem as matas ciliares mesmo diante das mudanças climáticas.

Precisamos ressignificar o valor dos espelhos d'água no espaço urbano e rural.

A destruição da vegetação nativa e interferência no leito dos córregos com a narrativa de urbanização e progresso. A mentalidade dos governantes é que espelhos d'águas causam problemas para a administração. 


Apesar de que a humanidade, desde os primórdios, sempre se instalou próximo ou até mesmo dentro dos espelhos d'água. As indústrias e o Agro sempre seguem os cursos d'água.

A água está no planeta há 3 bilhões de anos e criou seus sistemas com sustentabilidade,  biodiversidade natural às margens dos rios, córregos, lagos e nascentes.

A vida existente há milhões de anos não precisou da mão humana. Interferir nos leitos naturais deve ser para corrigir o resultado negativo das ações humanas. 

As matas ciliares da vegetação ribeirinha fazem parte da saúde das águas e das outras formas de vida. Em média, de cada dez internações hospitalares, três têm origem em águas poluídas. 

O alimento que mais consumimos diariamente é a água, aproximadamente dois litros. E não estamos plantando água na terra. É bom lembrar que o corpo humano é composto em 75% por água. E, em média, cada família consome 15m3 por mês. E não produz uma gota d’água. Então a conta não fecha.

Corrégos canalizados no passado

Os governos estão destruindo as reservas de água doce. 

Sem água não há vida. 

Eduardo Alves Pereira 
Ambientalista
Diretor na Associação Comunitária do Bairro Fonte Grande - Ascodefonte
Diretor da Associação de Defesa da Natureza da Região do Nacional, Contagem - Ecovida. Conselheiro na Regional Sede e no Conselho de Políticas Urbanas de Contagem.
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