Data de publicação: 03-07-2025 19:59:00 - Última alteração: 03-07-2025 20:04:59

Empresário manda matar amigo pra não pagar dívida e também não paga assassino

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Foto: PCMG

Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (3), o delegado da Delegacia de Homicídios de Contagem, Ítalo Fernandes, contou como aconteceu o crime premeditado com requintes de frieza e traição que chocou a cidade. Mandante e executor estão presos.

O crime cometido em 2021 ficou conhecido como “Crime entre amigos”. Segundo as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, o crime foi premeditado, motivado por dívidas e marcado pela traição entre amigos. 

Marcos Danilo dos Santos Rocha, de 25 anos, foi assassinado em julho de 2021 em Contagem, após emprestar R$ 100 mil ao empresário Alexandre Hermenegildo Mateus, do ramo da construção civil. 

Além de não pagar a dívida, Alexandre também deixou de repassar os R$ 50 mil prometidos ao executor do homicídio.

O delegado Ítalo Fernandes, lembrou o caso que ficou conhecido como “crime entre amigos” pela relação próxima entre vítima e mandante. “A vítima dizia ‘eu te considero como irmão’ e confiou nele. Emprestou o dinheiro sem hesitar”, revelou o delegado.

Apesar da inadimplência do empresário, Marcos evitou confrontos diretos, pediu apenas parte do valor para mobiliar um imóvel que havia adquirido. 

Em determinado momento, Alexandre decidiu vender a moto para levantar recursos e pediu ajuda ao próprio Marcos para encontrar compradores, sem imaginar que seria esse o pretexto usado para atraí-lo à morte.

No dia do crime, após a tentativa frustrada de encontro, Marcos foi surpreendido quando retornava para casa e na garagem foi alvejado por disparos de pistola calibre .380. 

O assassino, um pedreiro de 34 anos, era ex-funcionário de Alexandre. Ele confessou o crime à polícia e disse ter aceitado a proposta pela necessidade financeira.

“Era um bom trabalhador, tentava reconstruir a vida, mas foi seduzido pela promessa dos R$ 50 mil. Depois do crime, nem isso recebeu”, afirmou o delegado.

Traição tripla

Além de enganar o amigo e cooptar o executor com promessa de pagamento, Alexandre ainda manteve uma postura dissimulada após o crime: frequentava os mesmos círculos sociais da vítima e chegou a consolar familiares de Marcos, mantendo a aparência de um cidadão exemplar.

A Polícia Civil chegou até o assassino após intensa análise de mais de 500 mil páginas de dados, com destaque para a quebra do sigilo telefônico, que permitiu rastrear ligações, movimentações e conexões entre os envolvidos.

Alexandre ostentava patrimônio luxuoso e viagens internacionais, mas tudo estava em nome de terceiros, para dificultar o rastreamento de bens. A Polícia agora investiga também se o empresário possui empresas no exterior.

O mandado de prisão contra Alexandre foi cumprido no dia 1º de julho deste ano. O executor do crime já havia sido detido em 2022. Durante as investigações, mais de 15 pessoas foram ouvidas formalmente.

Vida interrompida

Marcos Danilo era um jovem discreto e generoso, atuava na área de marketing digital e deixou um filho de apenas 4 anos. A morte brutal comoveu amigos e familiares. “A única pessoa que poderia ter algo contra ele foi justamente quem ele mais confiava”, lamentou o delegado Ítalo Fernandes.

Fonte: Delegacia de Homicídios de Contagem – Polícia Civil de Minas Gerais

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