Foto: Imagens de moradores
Há três dias, cerca de 300 famílias enfrentam falta de água após corte no fornecimento da Copasa. Problemas no projeto impedem a individualização das contas e moradores planejam protestos contra prefeitura e concessionária.
Os Condomínios Icaivera I e II, no bairro Icaivera, em Contagem, vivem dias de revolta e insegurança. Desde o corte no fornecimento de água pela Copasa, há três dias, cerca de 300 famílias contempladas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, por meio do Fundo de Arrendamento Residencial (PMCMV–FAR), convivem com torneiras secas, contas atrasadas e nenhuma solução prática à vista.
O débito em aberto, segundo moradores, soma aproximadamente R$ 32 mil, referentes a três meses de atraso no pagamento coletivo do consumo. O problema é agravado pelo projeto original do residencial, que não prevê a individualização dos padrões de água, medida que evitaria que famílias adimplentes fossem penalizadas pelas inadimplentes.

Origem das famílias e dificuldades financeiras
Os beneficiados vieram de ocupações como Vila Esperança, Bela Vista, Maria da Conceição, William Rosa e Darcy Ribeiro. Muitos não conseguem arcar com as taxas condominiais, que incluem, além da água, a energia elétrica das áreas comuns.
A moradora Francielly resume a indignação: “O Condomínio Icaivera III foi entregue com padrões separados, porque o nosso não? Queremos individualizar os padrões usando o CPF de cada responsável.”
Copasa alega falha estrutural
De acordo com representantes da Copasa, a individualização é “praticamente impossível” por causa do projeto arquitetônico considerado inadequado. A empresa orienta que os moradores solicitem a tarifa social como forma de reduzir os valores mensais.

Prefeitura se isenta de responsabilidades
A Prefeitura de Contagem destaca que atuou apenas no processo de cadastramento e seleção das famílias e na entrega dos imóveis, em fevereiro de 2023.
Segundo a nota, os residenciais são de responsabilidade da Caixa Econômica Federal, que contratou a construtora e deve responder pelas falhas estruturais.
“Por se tratar de um residencial privativo, organizado em condomínio, a prefeitura não influencia em decisões internas, apenas orienta tecnicamente os moradores”, diz o comunicado.

Mais problemas: insegurança e defeitos estruturais
Além da falta de água, moradores relatam insegurança e problemas construtivos desde a entrega. As vistorias, quando solicitadas, são realizadas apenas nas áreas comuns, mas os reparos cabem à construtora.
Já a segurança patrimonial dos condomínios é, segundo a prefeitura, a responsabilidade da Polícia Militar de Minas Gerais - PMMG.
Próximos passos
Inconformadas, as famílias afirmam que irão organizar protestos em frente à sede da Prefeitura de Contagem e da Copasa, para cobrar a individualização das contas e a revisão dos erros administrativos e de projeto.
“É injusto. Quem paga fica sem água por causa de quem não paga”, reclamam os moradores.
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