Data de publicação: 29-08-2025 19:44:00

Dia de Combate ao Fumo, especialistas alertam para riscos do uso de vapes

Jornal Diário de Contagem On-Line
Foto: Bruno Henrique/IgesDF

Celebrado nesta sexta-feira (29), o Dia Nacional de Combate ao Fumo reacende o debate sobre os perigos do tabaco e, principalmente, sobre o avanço do consumo de cigarros eletrônicos no país.

Apesar da queda histórica no número de fumantes tradicionais, o tabagismo continua sendo responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão no Brasil. Ao mesmo tempo, médicos e autoridades de saúde se preocupam com o aumento do uso de vapes entre os jovens.

De acordo com a pesquisa Vigitel 2023, realizada pelo Ministério da Saúde, 2,1% da população já usou cigarros eletrônicos, número que sobe para 6,1% entre jovens de 18 a 24 anos. 

Estima-se que 4 milhões de brasileiros já experimentaram os dispositivos, mesmo com a comercialização proibida pela Anvisa desde 2009.

Risco disfarçado em vapor

Os cigarros eletrônicos, também chamados de vapes ou pods, liberam altas concentrações de nicotina, além de metais como níquel e alumínio e substâncias cancerígenas formadas pelo aquecimento de solventes. 

“Recebemos cada vez mais jovens com pulmões comprometidos por inflamações graves. Muitos acreditam que o cigarro eletrônico é inofensivo, mas vemos justamente o contrário. É um risco silencioso e perigoso”, alerta a pneumologista Izabel Diniz, do Hospital de Base do Distrito Federal.

O relato de João Alves (nome fictício), de 20 anos, ilustra a preocupação. Ele começou a usar vape aos 17, acreditando que seria inofensivo, e hoje trata uma bronquite crônica. 

“Achei que era só diversão, mas se tornou um vício e trouxe consequências que vou carregar para sempre”, afirma.

Impacto global e brasileiro

Nos Estados Unidos, uma epidemia de lesões pulmonares associadas ao uso de vapes resultou em 2,5 mil internações e cerca de 60 mortes entre 2019 e 2020. No Brasil, o Ministério da Saúde já notificou casos graves desde o ano de 2020.

“O cigarro, seja industrializado, de palha, narguilé ou eletrônico, expõe o pulmão a milhares de substâncias tóxicas e cancerígenas. A falsa ideia de que o cigarro eletrônico faz menos mal ameaça retroceder décadas de avanços conquistados contra o tabaco”, reforça a pneumologista Izabel Diniz.

Câncer de pulmão em números

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o país registre cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano entre 2023 e 2025, sendo aproximadamente 32 mil de pulmão, um dos tipos mais letais, atrás apenas dos tumores de mama, próstata e colorretal em ocorrências.

Para Izabel Diniz, o alerta é claro: “O que está em jogo é a saúde das próximas gerações. Precisamos informar, educar e fiscalizar, evitando que o cigarro eletrônico comprometa o futuro conquistado com a redução do tabagismo tradicional.”

Fonte: Agência Brasília
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