Foto: Ascom | CAU/BR
O arquiteto chinês Kongjian Yu, um dos maiores nomes do urbanismo sustentável no mundo, morreu na noite de terça-feira (23) na queda de um avião de pequeno porte em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Criador do conceito de “cidades-esponja”, estava no país para participar da Conferência Internacional CAU 2025, onde chegou a fazer a palestra magna no dia 2 de setembro.
Também morreram no acidente o cineasta brasileiro Luiz Fernando Fares da Cunha Ferraz, o documentarista Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu perto da Fazenda Barra Mansa, área turística da região, e explodiu ao bater no solo. Todos os corpos foram carbonizados. A Polícia Civil investiga as causas da queda.

Quem era Kongjian Yu
Professor da Universidade de Pequim e fundador do escritório Turenscape, um dos maiores do mundo, Yu revolucionou o urbanismo ao desenvolver o conceito das “cidades-esponja”, modelo que transforma parques e áreas verdes em mecanismos de absorção de água para reduzir enchentes. A ideia, aplicada em mais de 250 cidades, se tornou política nacional na China.
Autor de mais de 20 livros e 300 artigos científicos, Yu foi um dos arquitetos paisagistas mais premiados do planeta.

Recebeu o IFLA Sir Geoffrey Jellicoe Award (2020), o Cooper Hewitt National Design Award (2023), o RAIC International Prize (2025) e o Prêmio Internacional de Arquitetura Paisagística Cornelia Hahn Oberlander (2023).
Reconhecido também pela comunidade acadêmica, foi eleito Membro Honorário Internacional da Academia Americana de Artes e Ciências (2016) e recebeu doutorados honorários da Universidade Sapienza de Roma (2017) e da Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (2019).
Em 2021, ganhou o Prêmio John Cobb Common Good, por sua contribuição às práticas da ecocivilização.

Relação com Brasil
Yu estava no país para participar da Conferência Internacional CAU 2025, em Brasília, onde palestrou sobre soluções urbanísticas para as cidades brasileiras. Em uma visita anterior ao Rio de Janeiro, chegou a propor intervenções na Avenida Francisco Bicalho, sugerindo devolver espaço aos rios como forma de mitigar alagamentos.
“Ter Kongjian Yu na conferência é uma oportunidade de pensar soluções aplicáveis às nossas cidades, unindo sustentabilidade, urbanismo e inovação”, destacou Patrícia Sarquis Herden, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR).

Legado
Aos 61 anos, Kongjian Yu deixa um legado de inovação, resistência cultural e compromisso com a sustentabilidade urbana.
O trabalho de Yu influenciou governos, universidades e movimentos sociais em todo o mundo, tornando-se uma referência no enfrentamento das mudanças climáticas por meio da arquitetura paisagística.

Fonte: Assessoria de imprensa