Mateus Simões (NOVO), anunciou na quarta-feira (24), um pacote de R$ 23 milhões em obras de saneamento para acelerar a despoluição da Lagoa da Pampulha. Em 2013, Délio Malheiros (PV), garantiu que a lagoa estaria revitalizada até 2014.
Segundo o Governo de Minas, será um pacote de obras de saneamento para despoluir a Lagoa e revitalizar a avenida Otacílio Negrão de Lima, cartão-postal de Belo Horizonte.
A iniciativa, conduzida pela Copasa, prevê a implantação de novas redes de água e esgoto, além da modernização de duas estações de bombeamento que auxiliam no tratamento da água.

Segundo o atual vice-governador Mateus Simões (NOVO), serão construídos 12 km de redes coletoras de esgoto, 1 km em Belo Horizonte e mais de 11 km em Contagem, além de 740 novas ligações domiciliares.
Desse total, 270 atenderão a comunidade Guarani Kaiowá, em Contagem, que há anos enfrenta a falta de infraestrutura básica.
“Esse é um passo decisivo para garantir que a Lagoa volte a ser um espaço de lazer, turismo e qualidade ambiental. É uma obra que beneficia diretamente Contagem e BH, além de impactar toda a Região Metropolitana”, destacou o vice-governador.

Lagoa mais limpa e turismo sustentável
A secretária de Estado de Cultura e Turismo, Bárbara Botega, anunciou também o lançamento de um barco turístico que começará a operar entre dezembro deste ano e janeiro de 2026.
A embarcação, um Catamarã para 80 passageiros, fará três passeios diários e funcionará gratuitamente nos três primeiros meses, com ingressos distribuídos pela internet.
O roteiro passará pelos principais pontos do Conjunto Moderno da Pampulha, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 2016, com vistas privilegiadas da Igreja São Francisco de Assis, Museu de Arte da Pampulha (antigo Cassino), Casa do Baile e Iate Tênis Clube.

Promessas não cumpridas
Na edição de 2013, do evento esportivo de corrida rústica, Volta Internacional da Pampulha, o então vice Délio Malheiros, do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), garantiu que a lagoa seria revitalizada até 2014.
Na época, Délio afirmou que o desassoreamento já estava em curso, que a água estaria limpa até agosto, daquele ano, e que 95% do esgoto da capital seria tratado.
“Nós podemos garantir ao cidadão de Belo Horizonte que estamos trabalhando diuturnamente para alcançarmos esses resultados. E tenho certeza que vamos alcançar”, declarou Malheiros.
Quase 12 anos depois, a promessa não se cumpriu. A Lagoa da Pampulha segue sofrendo com esgoto clandestino e poluição crônica, apesar de sucessivos anúncios de investimentos em saneamento e desassoreamento.

Água e esgoto
Vale apenas frisar que Contagem é uma cidade produtora de água e contribui para o abastecimento da região metropolitana. Contagem possui quatro bacias hidrográficas importantes em seu território, sendo elas as bacias de Arrudas, Pampulha, Vargem das Flores e Imbiruçu.
As bacias Arrudas e Pampulha são integrantes da Bacia do Velhas, já as bacias de Vargem das Flores e Imbiruçu fazem parte da Bacia do Paraopeba, afluente da Bacia do Rio São Francisco.
Infelizmente o esgoto não coletado é despejado nos rios, inclusive no rio Sarandi que deságua na Lagoa da Pampulha. Por muitos anos a cidade de Contagem foi acusada de poluir a lagoa.
Mas na verdade a Copasa não investiu o suficiente para levar a rede de esgoto para as comunidades e as ligações das residências até as redes não tão próximas ficavam por conta dos moradores, a maioria de baixa renda e sem recursos para custear as conexões.
Se o investimento anunciado pelo Governo de Minas for investido para retirar o esgoto da rede fluvial com a ligação definitiva dos esgotos residenciais e comerciais a redes coletoras da Copasa, talvez, em breve, os níveis de poluição na Lagoa da Pampulha diminuam consideravelmente.