O sistema falho de segurança, conhecido como “Tranca Maluca”, pode ter facilitado a invasão das celas durante a madrugada do último sábado (18/10). As duas vítimas estavam no Pavilhão Quatro da unidade prisional de segurança máxima.

As vítimas, Ailton de Souza Bispo Neto, de 29 anos, e Welbert Junio Gonçalves Carvalho, de 33, estavam em celas distintas do Pavilhão Quatro. Outros dois presos ficaram feridos.

O ataque violento teria ocorrido após presos invadirem as celas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encaminhou os feridos ao Hospital Municipal de Contagem, enquanto os corpos das vítimas fatais foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.

Segundo relatos internos, o confronto só foi interrompido quando outros presos começaram a gritar por socorro, para alertar os policiais penais de plantão. A motivação dos homicídios ainda é investigada.

“Tranca Maluca” pode ter facilitado o crime

Especialistas afirmam que o crime pode ter sido facilitado por uma falha no sistema de segurança conhecida entre os detentos como “Tranca Maluca”,  prática que ocorre quando o recolhimento dos presos após o banho de sol é feito às pressas, devido ao baixo efetivo de policiais penais.

Nesse método, um preso de confiança auxilia no fechamento das celas, o que pode resultar em portas mal trancadas. A suspeita é de que, na noite do crime, algumas celas tenham ficado destrancadas, permitindo que o grupo invasor se deslocasse livremente até alcançar as vítimas.

Sejusp apura o caso

Em nota oficial, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. A Polícia Civil de Minas Gerais será responsável pela investigação dos homicídios.

“No curso das investigações, os presos das celas envolvidas na ocorrência serão ouvidos. A unidade prisional está sob controle e segue sem novas intercorrências”, afirmou a Sejusp.

A Penitenciária Nelson Hungria, considerada uma das maiores e mais antigas do sistema prisional mineiro, já enfrentou episódios anteriores de violência e superlotação, sendo constantemente alvo de denúncias por falta de estrutura e déficit de pessoal.

Fonte: PCMG