Foto: Guilherme Camponêz / MAB
Após 72 horas de bloqueio da linha férrea em Mário Campos, pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho ampliaram o movimento nesta quinta-feira (30/10), ocupando também outro ponto da Via Férrea em Brumadinho.
Os protestos, organizados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), exigem o pagamento imediato do auxílio emergencial, o direito à Assessoria Técnica Independente (ATI), participação nos processos de reparação (Anexo I.1) e respeito das instituições como Vale, MPMG, MPF e DPMG.
A ferrovia bloqueada faz parte do ramal logístico Paraopeba, utilizado por diversas mineradoras, entre elas a própria Vale, responsável pelo rompimento da barragem de rejeitos em 2019, tragédia que deixou 272 mortos e devastou comunidades ao longo da bacia do rio Paraopeba até a represa de Três Marias.
Segundo os manifestantes, a falta de diálogo e respostas concretas das instituições de Justiça motivou o prolongamento da paralisação.
“As pessoas estão cansadas de promessas. Sete anos depois do crime, seguimos sem reparação e sem voz nas decisões”, afirmam integrantes do movimento.
A mobilização tem contado com apoio da população local, que se revezam para manter a resistência, levando alimentos, água e doações ao acampamento montado às margens da ferrovia.
O protesto, segundo o MAB, é liderado por atingidos e lideranças indígenas que denunciam a morosidade e a falta de respeito da mineradora com as comunidades afetadas.
Principais reivindicações:
- Pagamento imediato do auxílio emergencial, até que a reparação integral seja cumprida;
- Garantia de continuidade da ATI Aedas para as cidades de Brumadinho, Betim, Bicas, Igarapé, Juatuba e Mário Campos;
- Condições dignas para a participação das comunidades na gestão dos projetos previstos no Anexo I.1;
- Pagamento de diárias para conselheiras e conselheiros durante atividades oficiais dos conselhos.
Os manifestantes reforçam que não pretendem encerrar o bloqueio enquanto não houver posicionamento oficial da Vale, do Ministério Público e da Defensoria Pública.
“As instituições deveriam estar ao lado do povo. Seguiremos firmes até sermos ouvidos”, conclui o comunicado do MAB.
Fonte: Assessoria de imprensa

