Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça, em texto publicado internacionalmente, nesta quinta-feira (6/11), que a Conferência de Belém deve ser o marco da ação concreta contra a crise climática.
O texto, intitulado “COP30: a hora da verdade”, marcou a abertura da Cúpula de Belém, evento preparatório da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que começou na Amazônia.
Segundo Lula, o encontro é um chamado à ação efetiva dos líderes mundiais para enfrentar a crise climática com coragem, urgência e compromisso real.
“Se não atuarmos de maneira concreta, nossas sociedades perderão a crença nas COPs e no multilateralismo”, escreveu o presidente, destacando que o evento deve simbolizar o fim das promessas vazias e o início de uma nova era de medidas tangíveis.
O presidente ressaltou que o Brasil volta a ser protagonista na agenda ambiental global, 33 anos após sediar a Rio-92, que deu origem às convenções sobre Clima, Biodiversidade e Desertificação.
“Mais de três décadas depois, o mundo retorna ao Brasil para discutir o futuro do planeta, e não por acaso, no coração da floresta amazônica”, afirmou Lula, ao destacar a importância de levar a comunidade internacional para conhecer a realidade amazônica e suas populações.
Durante o discurso, o chefe de Estado enfatizou que o Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na Amazônia em dois anos, demonstrando que é possível agir concretamente pelo clima.
Lula também anunciou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) — um fundo de investimento que vai remunerar quem conservar florestas e atrairá aportes de países e empresas comprometidas com a preservação ambiental. O governo brasileiro já confirmou investimento inicial de US$ 1 bilhão no projeto.
Além disso, o Brasil se tornou o segundo país a apresentar uma nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), com metas de redução de 59% a 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, abrangendo todos os setores da economia.
“Convocamos todos os países a apresentarem NDCs igualmente ambiciosas e, mais importante, a implementarem de fato”, afirmou Lula.
O presidente defendeu ainda a reforma da governança global, com a criação de um Conselho de Mudança do Clima da ONU, ligado à Assembleia Geral, para garantir o cumprimento dos compromissos assumidos pelos países.
Segundo Lula, o atual sistema multilateral sofre com a “paralisia” e a ineficácia do Conselho de Segurança.
Outro destaque do artigo foi o anúncio da Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima, que será lançada durante a COP30.
O documento propõe integrar o combate ao aquecimento global à luta contra a desigualdade e a fome, lembrando que 673 milhões de pessoas ainda vivem com fome e 2 bilhões não têm acesso a combustíveis limpos para cozinhar.
“Os setores mais vulneráveis são os que mais sofrem com os efeitos da mudança climática. Uma transição justa precisa colocar as pessoas no centro das decisões”, reforçou o presidente.
Lula também defendeu uma transição energética justa e ordenada, na qual os recursos obtidos pela exploração do petróleo sejam direcionados para o financiamento de energias limpas.
“Empresas como a Petrobras se transformarão em companhias de energia, porque é impossível seguir indefinidamente com um modelo de crescimento baseado em combustíveis fósseis”, escreveu.
O presidente concluiu o texto afirmando que a COP30 deve marcar o fim das promessas e o início das ações reais:
“A cada Conferência do Clima, ouvimos muitas promessas, mas poucos compromissos efetivos. A época das cartas de boas intenções se esgotou. É chegada a hora dos planos de ação. Começamos hoje a COP da verdade.”
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

.gif)
