Data de publicação: 11-12-2025 17:11:00

Jornalistas protestam na Câmara após censura e agressões

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Foto: Pedro Rafael/Agência Brasil

O ato repudia o corte do sinal da TV Câmara, a retirada forçada de profissionais de imprensa e a violência da Polícia Legislativa, na manhã da quarta-feira (10/12). A ABI anunciou ações judiciais contra o presidente Hugo Motta.

Jornalistas, cinegrafistas, fotógrafos e assessores de imprensa realizaram na manhã da quarta-feira (10/12), um ato na Câmara dos Deputados para denunciar censura, agressões e restrições ao trabalho da imprensa ocorridas na noite de terça-feira  (9/12). 

O protesto, realizado nos corredores e áreas de acesso ao plenário, reuniu profissionais de diversos veículos em defesa da liberdade de expressão e contra a violência praticada pela Polícia Legislativa.

Causas e efeitos

O estopim do ato foi o episódio registrado durante a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da cadeira da presidência da Casa. O parlamentar protestava contra a possível cassação do próprio mandato.

No momento da ação, o sinal da TV Câmara, que transmitia a sessão ao vivo, foi cortado imediatamente, o que impediu a população de acompanhar o que acontecia no plenário. 

Em seguida, jornalistas foram expulsos do local por policiais legislativos, que também impediram registros fotográficos e em vídeo.

Relatos e gravações feitas por profissionais mostram policiais aplicando puxões, empurrões, cotoveladas e impedindo o trabalho da imprensa. 

Alguns jornalistas precisaram de atendimento médico após as agressões.

Reações

Em nota divulgada nesta quarta-feira (10/12), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), condenou o episódio e anunciou que vai ingressar com ações judiciais contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). 

Segundo a entidade, houve violação clara da liberdade de imprensa, agressões físicas e abuso de autoridade. A ABI informou que tomará três medidas imediatas:

- Representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) por crime de responsabilidade e violação da liberdade de imprensa;

- Denúncia à Relatoria Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH/OEA);

- Representação na Comissão de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar.

Presidente desconversa

Uma comissão formada por representantes da imprensa tentou se reunir com o presidente da Câmara, mas Hugo Motta não compareceu. A conversa foi conduzida apenas por uma assessora enviada pelo parlamentar.

Repercussão e posicionamento

Após intensa repercussão negativa nas redes sociais, Motta afirmou que determinou a “apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”, evitando citar diretamente o corte do sinal da TV Câmara ou a ação da Polícia Legislativa.

O episódio elevou a tensão entre a imprensa e a presidência da Casa, reacendendo o debate sobre transparência, controle institucional e garantias constitucionais para o livre exercício do jornalismo no parlamento brasileiro.

Fonte: Agência Brasil
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