Reservatório Serra Azul
Foto: Divulgação/Copasa
A presidente da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa), Sinara Meireles, anunciou nessa quinta-feira (22) o risco real de desabastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e em cidades de outras regiões do Estado.
A nova diretoria da empresa, empossa no dia 16 de janeiro, realizou levantamento que mostrou a situação crítica do sistema de abastecimento de água nos municípios atendidos pela empresa.
Atualmente a Copasa atende com serviços de abastecimento de água a 635 municípios, abrangendo uma população de 14,7 milhões de pessoas. A Copasa tem uma subsidiária que opera sistemas de pequeno porte na região dos vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus, denominada Copanor e que também presta serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
O Sistema Paraopeba, que abastece a RMBH e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, está operando atualmente com 30,25% de sua capacidade. Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73% de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%.
De acordo com o relatório, a média de produção de água tratada no sistema Paraopeba entre dezembro de 2013 e novembro de 2014 foi de 17.821.857 m³/mês. O volume acumulado nos três reservatórios em 1º de janeiro de 2015 totalizou 92.324.818 m³. Os números mostram que, considerando-se as descargas para vazão residual e a captação para produção que representam um volume extraído mensal da ordem de 25 milhões de m³, a previsão é de que este volume seja suficiente para pouco mais de três meses para abastecimento de água para a população atendida pelo sistema. Por esta razão serão tomadas medidas emergenciais de restrição da oferta de água.
Medidas
1- Disponibilizar no site da COPASA informações diárias sobre o nível dos reservatórios de abastecimento na RMBH.
2- Destacar 40 equipes de campo na RMBH com equipamentos para atuação nos vazamentos, uma das principais causas das perdas no sistema, reduzindo o tempo de ação para interrupção do vazamento que hoje, na média, é de 9 horas.
3- Implantar nova rotina para programação dos atendimentos de campo para realização de manutenções corretivas e preventivas.
4- Revisar os procedimentos de operação do sistema integrado visando minimizar os transtornos causados pela falta d´água em localidades da RMBH. Trata-se de rodízio no abastecimento a ser realizado com programação pré-definida.
5- Realizar Campanha Educativa com o principal objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30% na RMBH.
6- Intensificar a contratação de caminhões pipa e a perfuração de poços artesianos, nas regiões mais críticas também no restante do Estado para atendimentos emergenciais.
7- Envio à autoridade gestora de recursos hídricos do estado de solicitação de declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos.
8- Atuar na adoção de outros mecanismos previstos legalmente, associados ao racionamento de água, inclusive mecanismos tarifários de contingência aprovados pela ARSAE, se for o caso.
9- Executar a captação de 5 m³/s no Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso.
Fonte: Copasa