Foto: Reprodução/PBH
Pressionadas pela crise econômica que baixou a arrecadação dos municípios brasileiros, as prefeituras estão fazendo de tudo para colocar dinheiro no caixa, inclusive instalando radares e diminuindo a velocidade para aumentar a arrecadação com multas. O discurso é perfeito e politicamente correto, ganhando inclusive a adesão de parcela significativa da população, menos atenta, com o argumento de que eles são necessários para proteger vidas. Ou seja, tudo legal, mas escandalosamente imoral. Explico: Nenhum cidadão em sã consciência é contra a instalação de radares para frear os apressadinhos, onde eles são necessários, porém, o que vem acontecendo é que no balaio dos raros e poucos maus motoristas, estão indo juntos, a maioria, os que cumprem suas obrigações ao volante.
A diminuição da velocidade de 70 km/h para 60 km/h nos corredores onde não há transito de pedestre tem apenas um objetivo, encher os cofres das prefeituras, já que 83% das multas por “excesso” de velocidade acontecem por uma diferença de 1 km/h a 5 km/h. Ou seja, passou em um dos radares pardais, escondidos atrás de arvores a 68 km/h, os prefeitos agradecem. Pergunto: que risco um veículo pode representar a 70km/h, para um pedestre, onde não há transito de pedestre? Embora seja comprovado que um carro a 60km/h represente menos riscos letais na eventualidade de um atropelamento, as prefeituras aproveitando-se disso, estão generalizando com o objetivo único e exclusivo de faturar.
As cifras são astronômicas, medidas em bilhões, e regra geral vão para o caixa único do município. Se não bastasse a farsa legal, o remédio traz consequências muito mais graves quando somados os pontos perdidos na carteira, obrigando motoristas a cursos de reciclagem e recolhimento de suas cartas. Tudo isso gera despesa, perda de tempo e estresse, desnecessário na maioria dos casos. É comum ouvir gente esclarecida dizer que quem cumpre a lei, não teme radares. O que em tese está correto. Porém, ao ser multado por conduzir um veículo a 68 km/h, em uma Via Expressa, como é o caso da que liga BH a Contagem, ou em um grande corredor de tráfego onde não há trânsito de pedestre, o que deveria ser pedagógico, gera revolta e prejuízos para o bolso de quem já recolhe impostos demasiadamente caros.
Outro dado que chama atenção, é que o modelo de radar utilizado pela maioria das prefeituras, não evitam acidentes, pois não tem o poder de desacelerar os apressadinhos. Estamos falando dos radares pardais colocados em pontos estratégicos para confundir condutores. Pasmem, locais indicados por fabricantes de radares, e não aqueles cujas estatísticas mostram recorrência de acidentes. Se quisessem mesmo diminuir velocidade onde isso é necessário, os modelos seriam outros: Lombada Eletrônica e Barreiras Eletrônicas, ambas visíveis e com medidores de velocidade à vista para orientar o motorista e evitar acidentes.
A tensão gerada pela possibilidade de uma multa é outro dado que merece atenção. Cidades como BH, onde em breve terá 382 radares, o estresse poderá vir a ser a maior causa de acidentes. Impossível fluidez e tranquilidade para dirigir, com essa quantidade de radares a espreita, escondidos ou camuflados. Com efeito, os “cordeiros”, oportunistas, defensores da lei e dos bons costumes, não passam de lobos ferozes, ávidos por arrancar dinheiro de quem já paga impostos que chega e não recebe em troca serviços minimamente decentes. O nome disso é picaretagem legalizada.
José Aparecido Ribeiro - consultor em assuntos urbanos e mobilidade
A diminuição da velocidade de 70 km/h para 60 km/h nos corredores onde não há transito de pedestre tem apenas um objetivo, encher os cofres das prefeituras, já que 83% das multas por “excesso” de velocidade acontecem por uma diferença de 1 km/h a 5 km/h. Ou seja, passou em um dos radares pardais, escondidos atrás de arvores a 68 km/h, os prefeitos agradecem. Pergunto: que risco um veículo pode representar a 70km/h, para um pedestre, onde não há transito de pedestre? Embora seja comprovado que um carro a 60km/h represente menos riscos letais na eventualidade de um atropelamento, as prefeituras aproveitando-se disso, estão generalizando com o objetivo único e exclusivo de faturar.
As cifras são astronômicas, medidas em bilhões, e regra geral vão para o caixa único do município. Se não bastasse a farsa legal, o remédio traz consequências muito mais graves quando somados os pontos perdidos na carteira, obrigando motoristas a cursos de reciclagem e recolhimento de suas cartas. Tudo isso gera despesa, perda de tempo e estresse, desnecessário na maioria dos casos. É comum ouvir gente esclarecida dizer que quem cumpre a lei, não teme radares. O que em tese está correto. Porém, ao ser multado por conduzir um veículo a 68 km/h, em uma Via Expressa, como é o caso da que liga BH a Contagem, ou em um grande corredor de tráfego onde não há trânsito de pedestre, o que deveria ser pedagógico, gera revolta e prejuízos para o bolso de quem já recolhe impostos demasiadamente caros.
Outro dado que chama atenção, é que o modelo de radar utilizado pela maioria das prefeituras, não evitam acidentes, pois não tem o poder de desacelerar os apressadinhos. Estamos falando dos radares pardais colocados em pontos estratégicos para confundir condutores. Pasmem, locais indicados por fabricantes de radares, e não aqueles cujas estatísticas mostram recorrência de acidentes. Se quisessem mesmo diminuir velocidade onde isso é necessário, os modelos seriam outros: Lombada Eletrônica e Barreiras Eletrônicas, ambas visíveis e com medidores de velocidade à vista para orientar o motorista e evitar acidentes.
A tensão gerada pela possibilidade de uma multa é outro dado que merece atenção. Cidades como BH, onde em breve terá 382 radares, o estresse poderá vir a ser a maior causa de acidentes. Impossível fluidez e tranquilidade para dirigir, com essa quantidade de radares a espreita, escondidos ou camuflados. Com efeito, os “cordeiros”, oportunistas, defensores da lei e dos bons costumes, não passam de lobos ferozes, ávidos por arrancar dinheiro de quem já paga impostos que chega e não recebe em troca serviços minimamente decentes. O nome disso é picaretagem legalizada.
José Aparecido Ribeiro - consultor em assuntos urbanos e mobilidade