Ruy e Raquel Muniz em momento família compartilhado na página dele no Facebook
Foto: Reprodução Facebook
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Suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes na Saúde de Montes Claros, no Norte de Minas, o prefeito do município, Ruy Muniz (PSB), foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF), na manhã desta segunda-feira (18), em Brasília.
Além de Muniz, a secretária municipal de Saúde, Ana Paula Nascimento, teve o mandado de prisão expedido pela Justiça.
A operação “Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde”, da PF, prevê, ainda, o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão na prefeitura, na secretaria de Saúde e nas casas dos suspeitos, além de dois mandados de busca pessoal, para apreensão de celulares.
Benefício próprio
As investigações indicam que os acusados utilizaram meios fraudulentos para inviabilizar o funcionamento do Hospital Universitário Clemente Faria, da Santa Casa de Misericórdia, da Fundação Aroldo Tourinho e da Fundação Dilson Godinho, responsáveis pelo atendimento de quase 2 milhões de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Norte do Estado.
A intenção de Muniz e de Ana Paula com o esquema seria o favorecimento do Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira (Âmbar Saúde), que pertence ao grupo gerido pelo prefeito.
Já denunciados no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, os dois responderão pelos crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato.
Incoerência
A prisão de Ruy Muniz aconteceu horas depois do discurso da esposa dele, a deputada federal Raquel Muniz (PSD), na Câmara, durante votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Senhor presidente, meu voto é uma homenagem às vítimas da BR-251, o meu voto é pra dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso pra todos nós com a sua gestão. [...] Meu voto é pelo Norte de Minas, é por Montes Claros, é por Minas Gerais, é pelo Brasil. Sim, sim, sim, sim, sim, sim, sim, sim!”, disse Raquel.
Outros casos
Em meados de fevereiro deste ano, o grupo econômico do prefeito adquiriu o jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, até então pertencente ao Grupo Bel (o mesmo das rádios 98FM, 102.9 e da boate naSala).
No final do mesmo mês, a nova gestão demitiu cerca de 60 funcionários e não efetuou o pagamento das verbas rescisórias. Sem homologação, os demitidos ficaram impossibilitados de sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de requerer o seguro-desemprego. Representantes do grupo alegaram falta de dinheiro.